Guerrilheiro Virtual

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Homenagem do Guerrilheiro Virtual e do Grupo Brasil Humano ao Estadista Global do século XXI

Recebido por e-mail do grupo brasilhumano@yahoogrupos.com.br
Cordel de autoria de Julio Patrick Ribeiro Machado em homenagem ao nosso eterno e amado Presidente Lula.


CANTO AO FILHO DO BRASIL


Tinhas de ser tu,
Baixinho aleijado vindo dos confins,
Brasileiro vindo do nada.

Tinhas de ser tu
Para fazer a Odisséia dos Trópicos.

Tinhas de ser tu,
Mais rijo que as cabras sertanejas
Que vivem do vento.

Tinhas de ser tu,
Entre milhões de fetos brasileiros
Que visitam o pó
Antes da vida.

Tinhas de ser tu,
Com essa tua gana de empurrar a História,
Com essa tua esperança que entedia o Tempo.

Ao teu derredor
Tombariam milhões
Nas batalhas da vida,
Mas tu não serias atingido

Porque estava escrito
Que depois de tudo

Depois
Da colônia exaurida
Do império vassalo
Da republiqueta

(depois das baionetas)

Estava escrito
Em linhas tortas
No Livro do Acaso

Que do pó da terra
Nasceria um anjo
Vingador da Pátria.
Em milhões de Luízes
Tinhas de ser tu.

Tinhas de ser tu
Infância obscura,
Vida dura,
Pés descalços,
Tinhas de ser tu.


Tinhas de ser tu
Para atravessar o abismo
E reformar o relevo social
Desta pátria mal-patriada.

Tu, que não tendo cajado
Para golpear o rochedo
Passou sede com teu povo
E fugiu junto com eles
Para a Terra Prometida.

Que destino o teu, menino!

Nenhuma das Sete Pragas
Puderam te fazer mal.
Estava escrito, afinal,
Que tu virias assim:
Da peneira da miséria
Temperado como o aço.

Fostes dado como escravo
Para os estranhos do Sul.
Mas nem mesmo tu sabias
Que no sal das maresias
Não seria teu final.

A mão do Invisível
Te guiava para São Paulo,
Te mostrava o caminho
Pelos labirintos
E te impedia de tropeçar entre os bêbados das ruas.

Das dores que a vida traz
Tu tinhas de provar todas.

E veio a Vida e te marcou a ferro
E veio a Morte e te arrancou pedaços
E veio Tempo e te lambeu feridas.

Sísifo brasileiro
Haverias de ser
Até que a pedra se gastasse de tanto rolar,
Até que a montanha afundasse sob teus pés.

(até que se abrissem as masmorras)
Até que as multidões se achegassem
No deserto onde pregavas
Só.

Até que eu crescesse
Para te entender.

Até que tu mesmo entendesses
Que o Amor era o teu poder.

Na longa noite escura
Procurastes, palmo a palmo,
Uma fenda na parede.

A Grande Muralha Brasileira
Empilhava irmãos
Para conter irmãos.

Mas estava escrito
Que depois de tudo
Tinhas de ser tu.

Depois de doutores
Laureados em França
Que estão para o povo

Assim como a lua
Para a estrela-do-mar.

Depois
Dos heróis duvidosos
E dos improvisos
E dos faraós.

Estava escrito
Que tinhas de ser tu.
E então

Soaram as trombetas de um Tempo Novo
E desabaram todas as muralhas
Que te barravam caminhos.

E o povo do Coliseu
E do Maracanã
Te aplaudiu de pé.

E as tuas metáforas inusitadas
Acenderam luzes
Junto aos mais humildes.

E milhões de brasileiros
Surrados como chão de estrada boiadeira
Se enxergaram em ti.

Eras, enfim, o espelho
Onde todos os Brasis
Haveriam de se conhecer.

As velhas metralhadoras que habitavam helicópteros
No céu de Vila Euclides
Foram vencidas, afinal,
Pela força do Tempo Novo.

Brasília nasceu
Para te ver chegar.

Eis o teu povo!
Eis o teu país!
Eis o teu destino!

Tinhas de ser tu
Pois estava escrito que chegarias
Depois de caminhar a vida toda.

Depois de tudo.

Depois de a Vida te marcar a ferro,
Depois de a Morte te arrancar pedaços,
Depois de o Tempo te lamber feridas.

Estava escrito
Que tu chegarias
À cidade inacessível.

Dom Bosco
Decerto, esqueceu-se
Do resto do sonho.

Esqueceu-se da parte do povo na rua.

Ou, esqueceu-se de contar
Que a cidade candanga,
E todas as outras,
Se vestiriam de vermelho,
Vermelho de festa,
Para te ver chegar.

Quantos séculos turbulentos se passaram
Até que chegasse esse momento?

Sublime é o momento
Em que um homem encontra o seu destino
Depois de buscá-lo
Pela vida inteira.

Já não há mais volta.
Lá estão os Dragões
Para te conduzir.

Para que o teu país te encontrasse
Antes foi preciso
Que ele nascesse.

E de lá do alto dos Guararapes
E de lá do alto dos Apeninos
E de lá dos Chacos
E de lá do Prata
Te saúdam todos que deram a vida
Para a continuidade da História.

Nas ruas e praças do teu país
O teu povo grita o teu nome.

O Panteão da Pátria
Abre suas páginas de aço
Para que os heróis de outrora
Venham te ver chegar.

Assumas o teu posto, Presidente!

Os Dragões te aguardam.

Encontrastes teu destino.

Vês? Lá do meio do teu povo
Vem uma mulher do povo
Com o ímpeto de uma pororoca no Amazonas.
Dribla toda a segurança,
Dribla milhares de braços
E pula no teu pescoço
Para entregar-te um abraço
Há tanto tempo gestado
No seio desse Brasil.

E, para que não esqueças,
Lancina de dor
O teu ombro gasto
De tanto empurrar
A pedra de Sísifo.

Chegastes, afinal.

Sejas bem-vindo, Filho do Brasil!

Apenas a inclinação de poucos graus
Te separa do teu lugar.

Tinhas de ser tu
Pois estava escrito
Que os Dragões te esperariam.

Daqui a alguns anos
Folhearemos essas páginas,
Lembraremos disso tudo
E já seremos um outro país.

Daqui a alguns anos
O teu país, o país dos teus irmãos
Já não será mais
Um mendigo entre as nações.

Só por isso
Tudo isso
Me valeu o nascimento.

Para caminhar contigo
E alcançar um Brasil novo
Que trouxestes de tão longe.
Obrigado, meu irmão! 
 

Um comentário:

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