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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Para Dilma, G-20 deve propor plano para emprego

Por Bruno de Pierro
Da Agência Dinheiro Vivo

A posição que o governo brasileiro defenderá durante a reunião da cúpula do G-20, nesta quinta-feira, em Cannes, na França, será a de que a crise econômica não será efetivamente superada com guerra cambial, recessão e desemprego para cortar gastos. De acordo com a presidente Dilma Roussef, o G-20 deve agir propondo tanto medidas financeiras urgentes e emergenciais, como também um plano de sustentação do crescimento no mundo inteiro. Além disso, o grupo deve reestabelecer a confiança no retorno do crescimento, em especial das economias desenvolvidas.

“Investir no crescimento e no emprego não é uma escolha ideológica, é uma opção pela eficiência e pela certeza de que teremos respaldo para que o mundo saia dessa crise que hoje já é de proporções parecidas, senão piores, que a de 1929”, disse, em discurso, na cerimônia de premiação “As empresas mais admiradas do Brasil, realizada, em São Paulo, pela revista Carta Capital.

A presidente afirmou que a demora da União Européia para oferecer solução para as demais decisões da dívida soberana e da fragilidade de seus bancos tornaram os problemas mais graves, principalmente a situação de desconfiança, “muito semelhante a de 2008”. “A combinação de altas taxas de desemprego, redução do consumo e paralisia em algumas decisões minam a possibilidade de recuperação, e por isso tem levado ao desemprego, à reação popular e à desesperança no cotidiano de muitas famílias”, explicou. 

Para Dilma, o Brasil está sendo menos atingido pelas turbulências, devido ao mercado interno, à diversificação geográfica que favorece as exportações, à solidez das contas públicas e também ao setor financeiro. “Nós sabemos que, se a crise se agravar, a economia brasileira sofrerá impactos dos efeitos da recessão global. Mas teremos todos os instrumentos para resistir. Estamos fazendo a nossa parte, ao sustentar o crescimento, a despeito da ameaça de recessão global”.

O país dispõe hoje 350 bilhões de dólares em reservas internacionais, o que compõe um cenário sustentado também pelo rigor das metas de superávit primário, pela inflação que começa a ceder e pelo ambiente criado para a queda sustentada dos juros. Dilma ainda observou que, em setembro, foi registrado recorde histórico do ingresso de investimentos produtivos no Brasil.

Esses fatores amenizam os impactos da crise no país. Contudo, a presidente reforçou que eles não anulam o estado de atenção com releção ao cenário mundial.“Nos primeiros nove meses do ano, o montante já investido no país no pais ultrapassa 50 bilhões de dólares. O grande interesses de empresas internacionais em se instalar no Brasil, ou ampliar suas atividades aqui, se deve à expectativa de bons mercados em torno do investimento e, sobretudo, à consciência generalizada de todos os países do mundo para o mercado interno poderoso que continua crescendo, apesar da cautela necessária imposta pela crise mundial”.

A imagem de mercado seguro do Brasil se deve, conforme explicou a presidente, ao crescimento sustentável baseado na inclusão de grandes segmentos da população. “[Os países desenvolvidos] sabem que é um crescimento sustentável, baseado na inclusão de grandes segmentos da população na classe média, fortalecendo o consumo doméstico baseado na inclusão de grandes segmentos da população na classe média, fortalecendo o consumo doméstico, e criando um poderoso mercado”, concluiu.

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