Via Esquerda.net
Após
o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros ter garantido que o
Reino Unido não permitirá uma “uma passagem segura” para fora do país a
Assange, Baltazar Garzón ameaçou levar o caso do fundador da WikiLeaks
ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) das Nações Unidas.
Foto de Trowbridge Estate, Flickr.
Reagindo
às declarações do ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo
Patiño, que anunciou que o seu país deliberou conceder asilo a Assange,
por considerar que a sua segurança e vida estariam ameaçadas caso ele
fosse extraditado para a Suécia, o ministro britânico dos Negócios
Estrangeiro veio garantir que “o Reino Unido não permitirá uma passagem
segura” para Assange sair do país e que “não existe base legal para
tal”. William Hague frisou ainda que o seu país “não reconhece o
princípio do asilo diplomático”.
Um porta-voz do
Foreign Office britânico já teria também sublinhado que “as autoridades
britânicas estão sob a obrigação” de extraditar Assange e que vão
“cumprir essa obrigação”.
Baltasar Garzón já
ameaçou, entretanto, levar o caso do fundador da WikiLeaks ao Tribunal
Internacional de Justiça (TIJ) das Nações Unidas caso o Reino Unido não
permita ao seu cliente viajar para o Equador.
"O
Reino Unido tem que cumprir as obrigações diplomáticas e legais
previstas na convenção das Nações Unidas de 1951, relativa ao Estatuto
dos Refugiados, e respeitar a soberania de um país que lhe concedeu
asilo”, frisou Garzón, que avançou ainda que, se tal não acontecer,
recorrerá ao Tribunal Internacional de Justiça para que “o Reino Unido
cumpra com as suas obrigações, porque está em causa uma pessoa que corre
o risco de ser perseguida politicamente”.
O Equador também já veio exigir que o Reino Unido respeite a sua decisão.
Segundo
noticia o El Pais, o Equador vai ganhando aliados, entre os quais o
ministro venezuelo das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, que
considera o posicionamento do governo britânico “arrogante e
prepotente”.
Maduro, em declarações à emissora
dominicana Unión Radio, rejeitou “a arrogância e a prepotência do
Governo britânico neste caso, ameaçando diretamente um governo
democrático e soberano, e anunciando a possível violação do direito
internacional". "Apelamos para o bom senso e respeito pelo direito
internacional", afirmou o ministro venezuelano, que destacou que o asilo
político é "uma instituição sagrada".
O
Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA)
reunir-se-á esta sexta feira para determinar se convocará uma reunião
extraordinária dos ministros das Relações Exteriores, no próximo dia 23,
tal como solicitou o governo equatoriano.
A
Aliança Boliviana para a América (Alba), que já demonstrou o seu apoio
ao equador, apelidando de “aberrante” a posição do Reino Unido, e a
União de Nações Sul-Americanas (Unasul) convocaram reuniões para o fim
de semana.
Esta sexta feira, a Assembleia
Nacional do Equador (ANE) pediu ao governo do Equador que solicite uma
reunião urgente ao Conselho de Segurança da ONU para evitar que o Reino
Unido use a força para invadir a embaixada onde se encontra refugiado
Assange. A ANE condenou a ameaça do Reino Unido e convocou todos os
equatorianos a unirem-se para defender a soberania nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”