Na campanha, Marcio usou discurso de "tocador de obras" e prometeu iniciar novos projetos neste ano Samuel Costa/arquivo Hoje em Dia |
Reeleito com o discurso de um “tocador de obras”, inclusive prometendo
durante a campanha eleitoral iniciar ações ainda neste ano, o prefeito
de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), mandou suspender todos os empreendimentos previstos para serem iniciados pela administração municipal.
Também estão suspensos os pagamentos das intervenções já em andamento.
Por causa disso, o prefeito até admite que as empreiteiras paralisem as
obras por falta de recursos.
“Até o final deste ano, não será assinado nenhum contrato e muito menos
aditivos que estejam tramitando. Também não serão dadas ordens de
início das obras já contratadas”, diz trecho do comunicado enviado pelo
secretário de Obras e Infraestrutura, José Lauro Terror, à direção do
Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais
(Sicepot-MG).
Na mensagem encaminhada ao Sicepot, Terror explica que “por razões
orçamentárias” os pagamentos das obras em andamento serão suspensos
neste ano e só serão retomadas a partir de 2013. “As medições de 16 de
setembro a 15 de outubro serão pagas normalmente este ano. As medições
seguintes não serão pagas”.
Penalidades
Com a suspensão dos pagamentos às empreiteiras, a prefeitura avisa que
aceitará paralisação dos trabalhos por falta de recursos. “As empresas
que tiverem alguma dificuldade de tocar seus contratos, poderão pedir
ordem de paralisação, que serão concedidas sem penalidades”, informa
Terror.
O presidente do Sicepot, Alberto Salum, classifica a decisão da
prefeitura como “trágica” e teme que a paralisação das obras vá trazer
muitos problemas para as empreiteiras e para a cidade. “Receber uma
notícia dessa, de um dia para o outro, é trágico e vai deixar as
empresas numa situação delicada. O impacto será considerável. Teremos
custos que os contratos não previam e esperamos ser ressarcidos”,
reclama.
Entre os custos adicionais, Salum destaca as despesas trabalhistas com a
demissão em massa de trabalhadores e o rompimento de contrato de
aluguéis de máquinas. O presidente do Sicepot espera ter uma reunião com
o prefeito nesta semana para ouvir as justificativas da administração
municipal.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil em Belo
Horizonte e Região Metropolitana, Osmir Venuto, também faz críticas.
“Isso é gravíssimo, pois tem obras na metade. Quer dizer que estavam
fazendo as obras só no período eleitoral? Isso é falta de respeito com o
cidadão”, reclama.
No Hoje em Dia
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