Por Altamiro Borges
Para Lula, os grupos monopolistas da mídia também precisam ser avaliados pela sociedade.
Em sua visita à Argentina nesta semana, o ex-presidente Lula
foi explícito ao defender a urgência da regulação da mídia no Brasil. Em
entrevista ao jornal La Nación, que faz oposição à presidenta Cristina Kirchner
e ataca diariamente a Ley de Medios aprovada no país vizinho, ele não vacilou:
“Precisamos instalar uma discussão política sobre um novo marco
regulatório da comunicação”. Na mesma semana, dirigentes do PT anunciaram que
retomarão este debate após as eleições. Será que agora a coisa anda?
Para Lula, os grupos monopolistas da mídia também precisam ser avaliados pela sociedade.
“Eu penso que poucos líderes políticos do mundo
foram e são tão criticados pela imprensa como eu. No entanto, não reclamo. Eu
nunca tive a imprensa a meu favor e não é por isso que deixei de ser presidente
com a maior aprovação de meu país. Devemos acreditar na sabedoria dos leitores,
dos ouvintes de rádio e dos telespectadores. Eles saberão julgar os valores e o
comportamento da imprensa”.
“Acredito que no Brasil precisamos instalar a discussão
política sobre um novo marco regulatório da comunicação. A última regulação é
de 1962. Não há nenhuma explicação para que no século 21 tenhamos a mesma
regulação de 1962, quando não havia celulares, nem internet. A evolução nas
telecomunicações não está regulada... No Brasil houve uma conferência nacional
com a participação de partidos, veículos de comunicação, empresas de telefonia, que elaborou
uma proposta de regulação. Ela precisa ser discutida com a sociedade”.
No mesmo rumo, segundo o Portal Imprensa, dirigentes petistas
avaliam que é preciso voltar o debate ao tema. “É uma agenda do PT e das
esquerdas. O debate vai ser retomado”, afirma o deputado André Vargas,
secretário nacional de comunicação do partido. Em seu congresso, em setembro de
2011, o PT aprovou resolução com críticas à “crescente partidarização, parcialidade
e afronta aos fatos como sustentação do noticiário que preocupam os que lutam
por meios de comunicação que sejam efetivamente democráticos”.
O congresso decidiu que “o PT lutará por um marco
regulatório capaz de democratizar a mídia no país”. De lá para cá, porém, o
tema não prosperou. O governo Dilma simplesmente engavetou a proposta de uma
ampla consulta à sociedade sobre a regulação do setor e os monopólios de
comunicação acirraram ainda mais a sua postura partidarizada – como se nota no
julgamento midiático do chamado mensalão e na própria cobertura enviesada das
eleições. Será que agora acordaram para a gravidade desta situação.
A
conferir!
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