A vitória do presidente Rafael Correa em sua 2ª reeleição no Equador
neste domingo, para decepção de nossa direita e de certa mídia
tupiniquim, consolida o processo de mudanças que ele próprio e seus dois
governos anteriores iniciaram e que ainda tem pela frente três grandes
reformas, as relativas à água - seu uso na geração de energia via
hidrelétricas -, à terra e aos meios de comunicação.
Correa venceu novamente o pleito já no 1º turno, como já havia ocorrido
em 2009, com ampla vantagem sobre os concorrentes. Foi seu 7º triunfo
nas urnas (três eleições presidenciais e quatro plebiscitos). Nos 20
anos que antecederam sua chegada ao poder, nada menos que 14 presidentes
haviam sido depostos (uma média de cerca de um presidente a cada ano e
meio).
O resultado - vitória no 1º turno, com 61% dos votos, segundo as
projeções de boca de urna - e a conquista da maioria na Assembleia
Nacional lhe dão condições de fazer avançar também o processo de
consolidação da democracia no pais. Ao contrário dos 20 anos anteriores
(principalmente do período 1996-2006), com os governos Correa o Equador
se livrou da instabilidade, das conspirações e golpes.
Direita não ganha uma nas urnas na América Latina...
Já a direita no nosso continente - e isso evidencia-se mais uma vez com a
reeleição de Correa - colhe sucessivos fracassos e derrotas seja no
Chile, seja no Panamá ou em Honduras. As críticas de nossa mídia
conservadora à reeleição de Correa, principalmente com o argumento de
que ele está há muito tempo no cargo - cumpriu dois mantados -, são
hipócritas, já que a reeleição existe em todas as democracias.
A reeleição é comum especialmente nas democracias parlamentares, nas
quais mandatos de 10, 12, 14 anos são normais. Pior é dizer, como fez a
Folha de S.Paulo, que há imobilismo no Equador. Esta é, realmente, a
típica colocação que merece um exame da ombudsman do jornal.
As razões da má vontade de nossa mídia conservadora - e a de todo o
continente - com os governos Rafael Correa? O fato de ele prometer, no
momento em que foi reeleito pela 2ª vez, ter como prioridade de seu
próximo mandato o envio de um novo projeto de lei à Assembleia Nacional
para regular a imprensa equatoriana. E de ser visto como um aliado do
presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
"Busquemos uma nova Lei de Comunicação, que regule os claros excessos
que tem certa imprensa", disse o presidente. "O que queremos é uma
imprensa honesta e responsável", afirmou. "A América Latina tem uma das
piores imprensas do mundo", completou.
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