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quarta-feira, 6 de março de 2013

Religioso que atacou negros e gays é indicado para presidir Direitos Humanos

Com o Blairo Maggi, o ‘Motosserra de Ouro’, à frente da Comissão de Meio Ambiente do Senado e o tal de Marco Feliciano – pastor evangélico que ataca negros e homossexuais – cotado para comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara

O Partido Socialista Cristão (PSC) confirmou o nome do deputado paulista Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara(CDHM). Depois da forte repercussão negativa em torno da indicação do pastor Feliciano, acusado nos últimos dias de homofobia e racismo, devido a postagens em redes sociais, outros três deputados do PSC concorreram internamente ao cargo. Após duas horas de intensa discussão na tarde de ontem, ficou acertado que Feliciano será o nome da legenda para o cargo, mas ainda terá de enfrentar votação na CDHM para ser oficializado.

Feliciano escreveu em sua página no Twitter, em 2011, que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva "ao ódio, ao crime e à rejeição", e que descendentes de africanos são "amaldiçoados". Ontem, ele defendeu as frases. "Não neguei o que escrevi e não nego agora. Foi só um post. A maioria das informações sobre mim não são reais", afirmou.

O deputado Jean Willys (PSol-RJ), que fez campanha na internet contra a indicação do pastor, promete deixar o colegiado caso a votação confirme o parlamentar do PSC para a presidência. Feliciano comentou a repercussão em torno da sua indicação. “Estão pensando que a comissão vai voltar à Idade das Trevas”, criticou, e convidou Willys a não se retirar da comissão. “Seria bom ter o Jean Willys comigo. Se ele fugir da raia, vai ser feio pra ele”, provocou Feliciano. “E eu sou lá homem de fugir da raia? Eu que não vou servir de trampolim para discurso conservador e homofóbico. Levarei minha luta para outras comissões e espaços onde ela será mais frutífera”, rebateu Jean Willys.
Primeiro presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG) disse que vai reagir à indicação do PSC. “Ele defendeu publicamente posições racistas e fundamentalistas. Os membros do PT na comissão não vão votar no nome dele”, garantiu o deputado.

Polêmicas

Na raiz das polêmicas sobre o pastor, estão afirmações sobre os africanos, que, segundo ele, seriam amaldiçoados, e sobre a Aids, chamada “câncer gay”. Feliciano confirmou a autoria de algumas das declarações postadas na internet, mas garantiu que elas não passam de ensinamentos bíblicos. “Daqui a alguns dias todos vão dizer, puxa, mas ele não era homofóbico, ele não era racista”, prometeu.

"O casamento de pessoas do mesmo sexo não é previsto na Constituição. O casamento civil neste país é entre homem e mulher. E ponto final", disse Feliciano, assim que sua indicação foi anunciada. Em entrevista, Feliciano aproveitou para se comparar ao pastor norte-americano e defensor dos direitos humanos Martin Luther King. "Disseram ser da idade da pedra ou dos tempos de caça às bruxas a escolha de um pastor para presidir a Comissão de Direitos Humanos. Lembro que o maior defensor dos direitos humanos de todos os tempos foi um pastor: Martin Luther King. Não me comparo a ele, mas era também um cristão."


No primeiro mandato como deputado federal, Feliciano apresentou alguns projetos de lei, como o que institui o programa "Papai do Céu na Escola" na rede pública de ensino. Outra proposta do deputado pretende sustai- a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu como entidade familiar a união entre pessoas do mesmo sexo."Mesmo meu partido sendo conservador e de direita, ninguém será tolhido na comissão", afirmou.

 "Ele defendeu publicamente posições racistas e fundamentalistas. Os membros do PT na comissão não vão votar no nome dele" Nilmário Miranda (PT-MG), deputado federal 
 

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