"Dois meses atrás raposa felpuda do PT conversou com o
ítalo-argentino Civita, dono da Veja. Ouviu dele: não tem arrego! Vou
derrubar a Dilma". O comentário foi feito pelo ator José de Abreu, no
domingo (16), em seu Twitter. Desde então, vem sendo objeto de
curiosidade e de intensos debates na internet devido ao teor explosivo. O
jornalista Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, conversou com ele,
por telefone.
Segundo Abreu, a informação lhe foi passada por um petista graúdo, cujo
nome não foi revelado, que procurou a direção da Revista Veja logo após a
tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu, em um
hotel de Brasília (DF), por um repórter do semanário que acabou
publicando matéria tendenciosa sobre encontros entre Dirceu e
políticos.
O relato do aor dá conta que o emissário não teria procurado a revista
em nome do governo, mas, sim, em nome do PT. Ainda segundo o
entrevistado, essas conversas de petistas e até do governo com a mídia
ocorrem institucionalmente e com freqüência.
Pacto de convivência
A tal “raposa felpuda” do PT teria ponderado com a direção da Veja que
precisaria haver limites, que a revista estaria passando da conta.
Enfim, teria sido a tentativa de um pacto de convivência. Aliás,
informação relevante do entrevistado foi a de que esse pacto até já
existe e é por isso que Dilma vem sendo poupada pela mídia, apesar dos
ataques ao seu governo.
José de Abreu relatou ao jornalista que o próprio Roberto Civita é quem
teria respondido: a Veja pretende derrubar o governo Dilma. As razões,
no entanto, não foram explicadas. Mas, Abreu teria completado a
informação afirmando que Civita está enfurecido com os sucessivos
governos do PT que, nos últimos 9 anos, teriam extraído da grande mídia
montanhas de dinheiro público.
Sempre segundo o entrevistado, apesar de muitos acharem que o governo
“dá dinheiro” à mídia (via publicidade oficial) apesar de ser fustigado
por ela, nos últimos 9 anos a publicidade do governo federal, a compra
de livros didáticos da Abril, enfim, tudo que o governo gasta com
comunicação passou a pingar nos cofres midiáticos em proporção
infinitamente menor do que jorrava até 2002.
De fato, de 2003 para cá esse bilhão de reais que o governo gasta
oficialmente em comunicação, que até aquele ano era dividido entre 500
veículos, hoje irriga cerca de oito mil veículos, muitos deles com linha
editorial totalmente inversa à dos grandes meios de comunicação que até
o advento da eleição de Lula, em 2002, mamavam tranquilamente. E
sozinhos.
Abreu também diz que essa coexistência de bastidores entre adversários
políticos (imprensa tucana, de um lado, e PT e governos petistas de
outro) se deve a um fato inegável: os políticos precisam da mídia e isso
fica claro quando a gente se surpreende ao ver petistas, os mais
alvejados por esses veículos, concedendo cordiais entrevistas aos seus
algozes.
Eduardo Gumarães pondera que as marchas contra a corrupção têm objetivo
claro de impedir o funcionamento do governo lançando matérias
incessantes só contra o governo federal enquanto escândalos enormes como
o das emendas dos deputados estaduais paulistas recebem espaço quase
zero, mostram que a mídia pretende inviabilizar o governo Dilma
Rousseff.
O texto encerra fazendo a seguinte afirmação: "se o cavalo do golpe
passar selado, a mídia monta sem pensar. E, agora, tenho até evidências
concretas para fundamentar meu ponto de vista. Será, então, que o PT e o
governo Dilma vão ficar sentados esperando o golpe? Querem a minha
opinião? Acho que vão. Eles ainda acreditam que podem se entender com a
imprensa golpista."
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