247 – Não são apenas nos Estados mais pobres da
Federação que o programa Mais Médicos terá utilidade social. Em São
Paulo, quase a metade dos municípios -- em todos os rankings o mair rico
da Federação --, se inscreveu na iniciativa do governo federal,
anunciada no início de julho. O Ministério da Saúde registrou pedidos de
nada menos que 309 cidades entre os 645 municípios paulistas, que
solicitaram 2.197 profissionais para trabalharem em seus hospitais.
Politicamente, a grande demanda nas cidades do interior paulista
enfraquece as críticas feitas ao programa pelo PSDB. Afinal, o
governador Geraldo Alckmin é um tucano de quatro costados e, também, um
médico de profissão. Como aponta o alto número de inscrições em São
Paulo, ele parece não estar conduzindo a política de saúde do Estado de
modo a povoar as cidades mais pobres com profissionais da Medicina.
A presidente Dilma Rousseff foi uma das que ressaltou, recentemente,
esse cenário. Ao participar de um evento em Itapira (SP), no último dia
13, ela comentou que o número de municípios paulistas inscritos no Mais
Médicos prova que este é um problema nacional. "Esses números mostram
que a falta de médicos é um problema nacional, que afeta até mesmo o
Estado mais rico do nosso país", discursou a presidente, ao lado do
ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Nas próximas semanas, 27 cidades paulistas já começam a ser atendidas
com profissionais estrangeiros e brasileiros inscritos no programa do
governo. Serão 102 profissionais, 55 brasileiros e 47 graduados fora do
País (5% da demanda). Na lista, há argentinos, espanhóis e russos, além
dos cubanos, que chegarão pouco tempo depois. Os brasileiros começarão a
trabalhar no próximo dia 2, enquanto os estrangeiros atuam a partir do
dia 16, depois de um treinamento no País.
A lista ainda não considera a primeira leva de 400 médicos cubanos
contratados pelo governo brasileiros por meio de um convênio assinado
com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde). Esses preencherão vagas
em 701 municípios que não foram apontados como opção por nenhum
profissional inscrito no Mais Médicos. Dentre eles, estão as cidades
paulistas de Embu-Guaçu, Pedreira e Santo Antônio da Posse.
Com a chegada dos médicos em localidades carentes do Estado, as
críticas dos tucanos cairão por terra, uma vez que a população, que não
tinha médicos, passará a ter. Na semana passada, uma análise
do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, afirmou que o regime de
trabalho dos cubanos no Brasil será "próximo ao de servidão, numa
relação quase feudal de trabalho". Conforme o programa for resolvendo os
problemas da Saúde nos municípios pobres, porém, pode dar a força
necessária para que Padilha saia na frente logo no início da disputa ao
governo paulista em 2014.
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