247 – A nova edição do Roda Viva, da TV Cultura,
virou uma extensão do site da Veja. É o que diz Nelson de Sá. Para o
colunista da Folha, com exceção de Reinaldo Azevedo, toda a “trupe”
estava no programa de ontem debatendo temas contra o governo federal e
se esquivando de casos que envolvem o PSDB. Leia:
Na estreia, novo 'Roda Viva' vira extensão do site da 'Veja'
Com exceção do jornalista Reinaldo Azevedo, que não participou desta
vez, foi como acompanhar os debates apresentados no site da revista
"Veja" sobre o julgamento do mensalão.
No novo "Roda Viva", na TV Cultura, mantida pelo governo de São
Paulo, estavam lá os mesmos Augusto Nunes, como apresentador, o
historiador Marco Antonio Villa, agora como entrevistador, e o advogado
Miguel Reale Jr., agora entrevistado.
Ao longo do último ano, os três protagonistas estiveram lado a lado
em debates on-line nos quais concordavam quanto ao que deveria ser feito
pelo Supremo.
Reale foi apresentado, anteontem, como ex-ministro "no governo
Fernando Henrique Cardoso" e ex-secretário paulista. A fase anterior do
"Roda Viva", apresentado por Mario Sergio Conti, chegou a programar
entrevistas seguidas com José Serra e FHC, há dois meses.
A diferença é que ambos foram então minimamente questionados,
enquanto Reale se manteve lado a lado com a maior parte das perguntas,
antes acrescentando do que respondendo.
Sobre a suposta "pressão da mídia" criticada pelos réus do mensalão,
por exemplo, afirmou que teria ocorrido o contrário. "No período entre
2005 e 2012, vendeu-se na mídia a ideia de que eles eram inocentes."
Lembrou "reportagem de Veja' em que [o ex-tesoureiro petista Delúbio
Soares] estava feliz, fazendo churrasco, dizendo que nada ocorreria".
No ritmo em que vinha o programa, foi o próprio Reale quem acabou
trazendo à tona, por sua conta, o paralelo com o "mensalão mineiro"
--que havia sido notícia nos dias anteriores porque ficou para as
calendas, no mesmo Supremo.
Mas o fez para afirmar e repetir que não é possível julgar o
escândalo tucano da mesma maneira, "é uma coisa diferente, não houve
compra de deputado".
Na mesma direção, o escândalo do cartel em São Paulo foi levantado no
final, pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, mas a pergunta foi
longa e confusa --e a resposta de Reale, curta e genérica, evitando
citar Siemens e outras partes.
"Eu creio que o financiamento [eleitoral] não deve ser exclusivamente
público, deve ser privado, mas proibindo empresa que venha a ser
fornecedora do poder público", disse Reale.
Além do julgamento do mensalão, os outros focos da entrevista foram o
programa Mais Médicos e a fuga do senador e asilado boliviano para o
Brasil, temas em que o ex-ministro também se resumiu a reforçar as
críticas ao governo federal já presentes nas perguntas.
Registre-se que era o primeiro programa, desfalcado não só de
entrevistadores que haviam sido anunciados, mas de entrevistados. Foram
convidados, antes de Reale, a presidente Dilma Rousseff e o
ex-presidente Lula.
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