Duas semanas depois de ter participado de um encontro com empresários
na cidade de Nova York, o senador presidenciável tucano Aécio Neves
(PSDB-MG) continua falando sobre essa reunião. Que não passou de um
factoide. Não havia lá nenhum empresário realmente de peso, além da
pequena presença.
Somente a boa vontade, para dizer o mínimo, da nossa mídia com o pré
candidato tucano pode explicar o noticiário. Boa vontade, diga-se de
passagem, que tem oscilado e Aécio que se cuide: nossa imprensa ora lhe
concede imenso e generoso espaço, ora o considera carta já fora do
baralho e transfere quase que totalmente seu espaço para a dupla
parceira Eduardo Campos (PSB) – Marina Silva (PSB/Rede).
Mas, por estes dias, voltando a conceder o espaço quase cativo de que a
Aécio dispõe nos jornais, registram que ele afirmou que uma mudança na
condução da economia, que faça o ritmo de crescimento do PIB voltar
para um patamar de 4% ou mais ao ano, só ocorrerá com a volta dos
tucanos ao poder federal.
Aécio sobre um governo do PSDB: “Será a mudança para uma coisa diferente”
“Uma vitória do PSDB sinaliza o encerramento de um ciclo de pouca
capacidade gerencial, de privilégios setoriais e de uma economia
extremamente fechada e ancorada nos bancos públicos; será a mudança para
uma coisa diferente, nova”, disse Aécio, fazendo eco ao que falou ao
núcleo de empresários com o qual se reuniu em Nova York.
Da grande cidade americana, Aécio confessa ter voltado animado: “Todos
querem mudança”, disse. Ele não disse, mas deveria esclarecer: todos
quem? As mudanças que ele implementaria no país num eventual governo
tucano seriam aquelas defendidas pelo núcleo com o qual se encontrou em
Nova York, ou as que o Brasil e seu povo querem?
Serra reaparece e fala quase diariamente para dizer que está aí na disputa
Também o candidato presidencial tucano derrotado em duas eleições
nacionais anteriores (2002 e 2010), o ex-governador José Serra, voltou a
marcar presença, a dizer diariamente que continua no páreo
presidencial – primeiro lá entre eles, na seara tucana – e voltou a
criticar os últimos leilões e concessões realizados pelo governo Dilma
Rousseff.
“O governo interfere ao máximo nas licitações que propõe”, queixou-se o
ex-governador paulista, segundo quem “não dá para interferir na taxa
de retorno do empresário; o que se deve fazer é fixar parâmetros e
condições mínimas, e então leiloar”, disse. Não se pode negar: de
privatização Serra entende, até porque foi ministro durante oito anos
dos governos que promoveram a chamada privataria no país, os do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
E o nosso país continua sendo o 3º maior destino dos investimentos
externos diretos (IED) enquanto eles falam, ensinam como privatizar,
adiantam que se voltassem ao poder encampariam de corpo e alma a agenda
de mudança defendida pelo empresariado e pelo grande capital…
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