Guerrilheiro Virtual

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Por que Eduardo Campos deu carona ao escorpião? Ou quem pegou carona foi ele?


Mesmo na política brasileira, onde o interesse pessoal, com tanta frequência, é o centro das razões políticas, é difìcil entender porque Eduardo Campos entregou sua candidatura, de maneira tão evidente, às mãos de harpia de Marina Silva. 

Porque parece evidente que não havia entre ambos, até a semana passada, sequer uma relação de proximidade, quanto mais uma identidade política, passo inicial de qualquer lealdade política.

É certo que Eduardo Campos, com suas aliaças com caiados, bornhausens e heráclitos, não mirava um “renovação ética” nos quadros da política, mas o estabelecimento de bases estaduais de que sua candidatura se ressentia. 

Marina, ao contrário, jamais as procurou e demonstrava crer que seu sucesso eleitoral poderia apoiar-se uma nova “adoção” de seu nome pelas classes médias urbanas e na confusa e algo anárquica aliança evangélica, que poderia dar-lhe os votos populares. 

A docilidade com que Campos se entrega às baboseiras de “transversalidades” e “horizontalidades” do discurso marinista e aceita deixar “em aberto” a cabeça de chapa não é, absolutamente, algo que pareça fruto de uma harmonia entre ambos.

Antes, parece a pantomima de um trato que já está feito e que precisa de um balé para que se torne “natural” o que foi acertado entre ambos. 

E o que foi acertado? 

Parece que, além dos dois, talvez só os que promoveram o “acordo” o saibam.
Mas, por favor, não nos peçam para engolir que é uma “relação aberta”, uma “amizade colorida”… 

Uma pista é o coro quase unânime da grande mídia de que “se Marina não for a candidata, Dilma leva no primeiro turno”.

Esse é o objetivo possível, neste momento, e é por ele que a direita e sua ferramenta, a mídia, trabalharão. 

Eduardo, ao que parece, é o dócil veículo para este projeto.

Aparentemente, apenas, porém, porque seu controle sobre a máquina partidária, indispensável para a formalização de uma candidatura de Marina, é dele. 

E, portanto, vale muito politicamente, e não apenas politicamente. 

O “frete” eleitoral vai ser custoso.

Mas será pago, à vista e a prazo. 

A ambição de Campos e de Marina tem uma diferença. 

A dela tem muita pressa.

Fernando Brito 
No Tijolaço via Contexto Livre

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