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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dilma espanta crise e se mostra cada vez mais leve

Valter Lima 247 - A presidente Dilma Rousseff (PT) foi recebida, aos gritos e aplausos, por estudantes que participavam, nesta terça-feira (26) da IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, no Palácio do Planalto. Ela sorriu. Após discursar, Dilma foi para perto dos adolescentes e posou para muitas fotos ao lado deles. Demonstrava alegria. E não era para menos: depois de um período muito turbulento, sendo alvo de ataques à política econômica do país, vindo não só de adversários, mas também do fogo amigo, chamado por ela, em entrevista exclusiva ao 247 de fogo inimigo (leia aqui), a presidente chamou para si a relação mais próxima com os empresários e viu seu plano de concessões dar certo, com o leilão dos aeroportos sendo muito disputado e, principalmente, lucrativo. Não resta dúvida de que Dilma, mais uma vez, surpreendeu.  

A mídia conservadora, sempre tão pessimista, teve que refazer seus cálculos e reconsiderar o que disse antes. Nesta terça, o colunista Raymundo Costa, do Valor Econômico, por exemplo, reconheceu que os bons resultados do leilão dos aeroportos e a lista extensa de interessados no leilão da BR 163, em Mato Grosso, "ajudaram a desanuviar um horizonte carregado".

Da mesma forma, a colunista Vera Magalhães, do Painel desta terça, no jornal Folha de S.Paulo, disse que Dilma decidiu retirar o Conselhão, instância de diálogo entre o governo e o empresariado, das atribuições da Secretaria de Assuntos Estratégicos e passá-lo para a Casa Civil. "Dilma resolveu fazer a mudança para sinalizar ao empresariado que está atenta às críticas", pontuou a jornalista.

Desde que viu sua popularidade tombar diante dos protestos de junho, Dilma, entre todos os políticos, foi quem mais atuou para responder à insatisfação das ruas. Antecipou programas, refez projetos, propôs um modelo original de reforma política e trabalhou para segurar seu principal trunfo na economia: o pleno emprego. No campo econômico, ela também tem buscado um denominador comum com a Petrobras para evitar que o reajuste do preço do combustível interfira na inflação, só para citar uma ação. 

A crítica à política econômica, tema preferencial dos presidenciáveis da oposição, pode até não se tornar sem sentido até o pleito eleitoral do próximo ano, mas, com certeza, terá, pelo que se vê atualmente, cada vez menos importância na decisão do eleitorado brasileiro. Atuando pessoalmente para espantar as nuvens carregadas da "tempestade perfeita", Dilma já conseguiu do Congresso a garantia de que temas espinhosos para as contas públicas não entrarão na pauta nem neste ano nem em 2014. De mesmo modo, aproximando-se do setor produtivo, atua para espantar o desânimo e a insatisfação com o seu governo por parte do empresariado. Nesta quarta, em artigo publicado na Folha, Delfim Neto reconhece que Dilma "quebrou o gelo com o empresariado".

Nesta quarta, ela deve ter mais um motivo para sorrir, com o esperado sucesso no leilão de concessão da BR-163, no Mato Grosso.

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