Guerrilheiro Virtual

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Vitorioso, Barbosa pode trocar STF pela política

247 – Foi visível a mudança de humor de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, na sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal. Enquanto ainda pairava a dúvida sobre se ele poderia ou não executar as penas dos principais réus da Ação Penal 470, incluindo nomes como José Dirceu e José Genoino, ele era o Barbosa de sempre. Agressivo e, muitas vezes, prepotente. Chegou a acusar todo o plenário de fazer "chicana" e, ao ser contestado por Teori Zavascki, afirmou que "fala o que bem entende".

No fim da sessão, quando questionou Carmen Lúcia sobre seu voto e teve a certeza de que poderá prender, nas próximas horas, os principais réus do processo, Barbosa tirou um peso das costas e voltou a sorrir. Num determinado momento da sessão, Marco Aurélio Mello lançou no ar a suspeita de que um ministro irá se aposentar nos próximos 15 dias, referindo-se ao próprio Barbosa. O presidente do STF, no entanto, se fez de desentendido.

No entanto, essa possibilidade é real e sua saída do STF é dada como quase certa por vários ministros. Assim, o personagem que ganhou notoriedade com a ação poderá realizar sua verdadeira ambição: a política. Retratado numa capa recente de Veja como "o menino pobre que mudou o Brasil", Joaquim Barbosa tem convites do PSDB para ser candidato ao governo de Minas Gerais e até vice de Aécio Neves, que já deixou claro estar em busca de um vice com perfil popular – vindo de fora dos quadros da política tradicional.

Barbosa, no entanto, pode concorrer até a presidência da Repúbilca, uma vez que a lei dá aos juízes um privilégio, retardando o prazo de filiação partidária. Ou seja, ele tem até março do ano que vem para tomar uma decisão. 

A possibilidade de se candidatar foi insinuada por ele próprio numa entrevista recente a jornalistas. "Eu não tenho no momento nenhuma intenção de me lançar candidato à Presidência da República. Pode ser que no futuro surja o interesse", disse (Saiba mais).

Essa eventual troca da toga pela política, no entanto, poderia marcar a desmoralização completa da Ação Penal 470. Afinal, quando será que Barbosa terá se transformado num político: após a aposentadoria ou durante o próprio julgamento?

Esse ponto também foi abordado numa coluna publicada por Marcelo Coelho, hoje, na Folha. Leia abaixo:

Barbosa se aposenta no STF?

No meio das inúmeras discussões, farpas e arrufos da última sessão do STF, nesta terça-feira, uma insinuação estranha apareceu.

Marco Aurélio Mello fez várias provocações a Joaquim Barbosa, que respondeu bem mal –chegou a apontar para a conhecida “vaidade” de seu colega. Como se não houvesse vaidosos de todos os lados.

Pois bem, com seu típico sorriso de quem sabe das coisas, Marco Aurélio pediu a Barbosa que esclarecesse certos rumores.

Tinha ouvido falar que alguém do plenário iria se aposentar dentro de duas semanas.

Barbosa respondeu que não sabia de nada a esse respeito.

Pelo jeito da conversa, dá para supor que Marco Aurélio estava anunciando que o próprio Barbosa deve se aposentar em duas semanas.

Faria sentido, já que terminado o mensalão o atual presidente do STF pode considerar cumprida a sua missão histórica.

Faz sentido também pensando no calendário eleitoral. Dando essa dica, Marco Aurélio estaria insinuando que Barbosa tem pressa para se preparar para alguma candidatura. No mínimo, fica a ideia de que Barbosa está atuando menos como juiz e mais como político.

Os candidatos precisam estar filiados a partidos até dia 5 de outubro. Daí o prazo de “duas semanas” para Barbosa se aposentar, conforme insinuado por Marco Aurélio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”