DECISÃO DA
JUSTIÇA PAULISTA COLOCA CLARAMENTE QUE NÃO SÓ "FUNCIONÁRIOS" DAS
EMPRESAS DE TRENS DE SÃO PAULO SÃO SUSPEITOS DE CORRUPÇÃO. O PARTIDO AO
QUAL MATARAZZO É FILIADO (PSDB) TAMBÉM É SUSPEITO DE TER SE BENEFICIADO
DOS VALORES DESVIADOS.
“No que diz respeito especificamente
a Angelo Andrea Matarazzo, pessoas submetidas à sua esfera de comando
hierárquico foram tidas como beneficiárias de propinas. Além disso, há
ao menos indício de que o próprio partido político ao qual é filiado e a
própria Secretaria de Energia, dirigida por ele - conquanto em curto
espaço de tempo - tenham sido beneficiários de valores indevidos”,
destaca o magistrado.
Matarazzo será alvo de inquérito sobre caso de propinas da Alstom
A Justiça Federal em São Paulo autorizou a abertura de inquérito
policial para investigar se o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) está
envolvido em um esquema de corrupção com a empresa Alstom.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre 1998 e
2002, representantes da empresa ofereceram cerca de R$ 23,3 milhões, em
valores atualizados, para fraudar contratos de manutenção e fornecimento
de equipamentos para o sistema elétrico. Na ocasião, Matarazzo era
secretário estadual de Energia.
O juiz substituto da 6ª Vara Criminal, Marcelo Costenaro Cavali,
decidiu pela abertura da investigação, após aceitar denúncia contra 11
acusados de participar do esquema de corrupção. Eles responderão por
lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Segundo a denúncia, os envolvidos recebiam os valores através de
contratos falsos de consultoria. Parte do dinheiro era enviado para o
exterior de maneira irregular, especialmente para bancos na Suíça e em
Luxemburgo, e trazidos de volta ao Brasil com a ajuda de doleiros. As
propinas chegaram a 15% do valor total dos contratos que, à época,
somaram R$ 68 milhões.
Na decisão, Cavali ressalta que apesar de não haver indícios
suficientes para denunciar Matarazzo, as suspeitas justificam uma
apuração dos fatos. “No que diz respeito especificamente a Angelo Andrea
Matarazzo, pessoas submetidas à sua esfera de comando hierárquico foram
tidas como beneficiárias de propinas. Além disso, há ao menos indício
de que o próprio partido político ao qual é filiado e a própria
Secretaria de Energia, dirigida por ele - conquanto em curto espaço de
tempo - tenham sido beneficiários de valores indevidos”, destaca o
magistrado.
O juiz lembra que o MPF ainda aguarda o envio de documentos pelas
autoridades da Suíça. Também serão investigados no novo inquérito
Eduardo Bernini, Michel Louis Mignot, Yvez Jaques de La Serre e Patrick
Morancy.
O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Matarazzo,
disse que abertura da investigação causou “estupefação”, porque o
assunto já foi investigado, sem que tenham sido encontrados indícios que
incriminem o vereador. “O inquérito instaurado não possui nem causa,
nem objeto. Com efeito, não se aponta nenhuma suspeita, nem se diz qual a
finalidade das investigações”.
Do 007bondeblog
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