Por Marco Damiani, do 247 – O
que está acontecendo nas eleições para governador de Minas Gerais e
Pernambuco não fazia parte, definitivamente, dos planos dos
presidenciáveis da oposição. Tanto Aécio Neves como Eduardo Campos
basearam suas estratégias nacionais em vitórias confortáveis dos
pré-candidatos que escolheram, a dedo, para concorrer em seus redutos
eleitorais. As pesquisas feitas até agora, porém, indicam que o mais
provável é que as disputa sejam bem mais acirradas.
Tanto
o tucano Pimenta da Veiga, com base em Belo Horizonte, como o
socialista Paulo Câmara, instalado em Recife, estão comendo poeira dos
concorrentes aliados à presidente Dilma Rousseff. O senador Armando
Monteiro, do PTB, apresentou 55% de intenções de voto em Pernambuco no
último Vox Populi, enquanto o ex-ministro Fernando Pimentel, do PT,
marcou 35,5% em Minas, de acordo com a pesquisa Veritá/247 (leia mais aqui). Ambos, de acordo com o levantamento, ganhariam em primeiro turno – Pimentel teria mais de 61% dos votos válidos.
Para
antes da Copa do Mundo, quando se considera que poderá ocorrer uma
pausa na campanha eleitoral, não poderia haver cenário mais delicado
para Aécio e Campos em seus redutos. O senador mineiro ainda tem planos
de abrir uma frente de cerca de 4 milhões de votos sobre Dilma no Estado
que já governou por duas vezes. Mas o baixo desempenho de Pimenta da
Veiga, que ainda enfrenta a acusação de ter recebido R$ 300 mil do
publicitário Marcos Valério, está fazendo as vezes de uma pesada âncora
para o presidenciável tucano.
Segundo
a pesquisa Veritá/247, Aécio superaria Dilma na disputa presidencial em
Minas e conta ainda com os números expressivos de votação do candidato a
senador Antonio Anastasia. Mas ele perderia, por exemplo, se o
candidato do PT fosse o ex-presidente Lula. Na disputa estadual, mesmo
considerando o peso de seu apoio, Pimenta da Veiga ainda seria superado
por Fernando Pimentel.
O quadro em Pernambuco
Em
Pernambuco, o quadro é ainda mais delicado para a oposição. Antes de
entrar em definitivo na corrida eleitoral, Campos dizia que desistiria
da campanha se o candidato do PT viesse a ser o ex-presidente Lula. Com
pesquisas próprias na mão, ele calculava que, mesmo em Pernambuco, Lula
teria mais votos do ele próprio. Com o ex-presidente oficialmente fora
do páreo, o que Campos não esperava era que seu pré-candidato Câmara
tivesse um desempenho tão aquém das expectativas. Com o apoio de Dilma e
Lula, o senador petebista Armando Monteiro vai fazendo uma campanha do
tipo avassaladora, com o qual poderá ser um campeão de votos entre todos
os concorrentes a governos estaduais.
Para
o caso de haver um segundo turno na eleição presidencial, o atual
favoritismo dos pré-candidatos governistas nos dois Estados dos
presidenciáveis da oposição é bastante preocupante para Aécio e Campos. A
se confirmar o favoritismo que vai se ampliando, segundo as pesquisas,
ambos teriam pela frente dois novos governadores eleitos, em tudo
interessados em derrotá-los diante de suas bases mais próximas.
Seria
como se, justamente nos Estados em que se tornaram os chefes políticos
mais poderosos dos últimos anos, Aécio e Campos ficassem,
repentinamente, sem palanques fortes. Há apenas alguns meses, nem a
presidente Dilma poderia imaginar um cenário tão surpreendente.
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