Guerrilheiro Virtual

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O lado popular do jantar de Dilma com jornalistas mulheres.

Na noite de terça-feira (6), a presidenta Dilma Rousseff jantou no Palácio da Alvorada com um grupo de jornalistas mulheres. Muita gente boa criticou dizendo que as manchetes dos jornalões foram todas anti-Dilma no dia seguinte. Obviamente que os editores demotucanos pinçaram a frase que soava mais desgastante. Exemplos:

Globo: Inflação está sob controle, mas não está bem, diz Dilma

Veja: Em jantar, Dilma admite que ‘não está tudo bem’ com a inflação

Estadão: Dilma: ‘Inflação está sob controle, mas não bem’

Folha: ‘Não está tudo bem’ com inflação no país, admite Dilma a jornalistas
Agora eu pergunto: Com ou sem jantar, as manchetes nestes jornalões seriam melhores? É claro que não. Aposto que nas redações destes jornalões deve ter todo dia um estoque de saco de maldades com pelo menos meia dúzia de manchetes negativas para escolher qual a pior a estampar com espalhafato na capa. 

Quanto a isto não adianta o governo querer treinar o que dizer meticulosamente para evitar ser atacado, porque sempre vão escolher algum lado negativo para atacar, até inventando se for preciso. 

O governo tem que fazer o que acha certo e visar atingir seu público alvo, que é o popular, e quem é esclarecido. O leitor destes jornalões, salvo exceções, só de assinar essas porcarias é porque são praticamente casos perdidos mesmo. Já compram esses lixos informativos porque sentem prazer de ver o governo Dilma ser atacado com baixarias travestidas de jornalismo sério (as vezes nem disfarçam a falta de seriedade). Mesmo que seja com mentiras e deturpações, se sentem saciados por serem reacionários.

Por outro lado, a cobertura televisiva sobre este encontro, que tem muito mais efeito do que nos jornais impressos, acabou sendo favorável. Olhe esses 9 minutos em um programa popular da tarde na TV Bandeirantes no vídeo acima. É claro que esse programa focou mais na frivolidade do que nas grandes questões políticas, mas o clima da reportagem foi bem mais simpático do que o que vemos no nosso "querido" PIG (Partido da Imprensa Golpista).

Até a global Zileide Silva (*), do telejornal Bom Dia Brasil, que esteve no encontro, fez uma reportagem serena para os padrões da Globo que estamos acostumados a ver. Sinal de que Dilma mandou bem. Se ela tivesse falado alguma coisa que desse para detoná-la, todo mundo teria publicado. 

As próprias manchetes dos jornalões não são tão danosas, na prática. Dilma admitir que "não está tudo bem" é até sinal de honestidade intelectual. Quem dera os jornalões admitissem, pelo menos, que não está tudo mal. E o povo, tirando os fanáticos demotucanos, vê isso, quando há excessos.

Eu também e todo mundo que eu conheço admite que há muito a ser feito para que fique tudo bem, mas o que importa hoje é que desde 2003 estamos no caminho da superação de nossos males e a cada ano subimos um degrau mais alto. Se no passado até fome era problema para ser resolvido, hoje já estamos falando em resolver saúde e educação de qualidade para todos. É uma mudança de patamar. No passado tinha que pedir socorro ao FMI para honrar as dívidas. Hoje se pinçam detalhes nas contas públicas para criticar, porque no conjunto das contas o Brasil vai bem, é avaliado como "grau de investimento", coisa que nunca foi no governo tucano. E isso mesmo atravessando a tempestade da crise internacional.

Às vezes, tão errado quando elogiar a comunicação governamental quando ela está falha e omissa, também é errado nos pautarmos apenas pelas manchetes da oposição "piguenta".

No fundo a guerra midiática é pela pauta. Se todo mundo, inclusive nós nas redes sociais, e o próprio governo, for arrastado apenas para ficar respondendo a pauta da oposição, aí sim estaremos perdidos. É para onde a oposição quer nos arrastar. Em 2006, queriam que Lula só falasse de mensalão. Ele falou de Bolsa Família, de ganho real do Salário Mínimo, de ProUni, de empregos, de Fundeb, de Farmácia Popular, de ter se livrado do FMI, de ter recuperado o respeito internacional, até da autoestima do brasileiro, etc, etc. Ganhou a eleição, fez um governo melhor, e fez Dilma sua sucessora, que também tem muito resultado robusto para mostrar em seus primeiros 3 anos e 4 meses de governo (até agora).

Dilma e seus ministros também não tem que ficar presos na agenda da oposição. Tem que brigar para impor a pauta positiva do governo. Os assessores de comunicação dos ministérios e departamento jurídico da Petrobras é que tem que responder, desmentir e exigir direito de resposta quando são agredidos indevidamente. Mas além e mais do que isso, a comunicação governamental tem que fazer chegar ao povo as realizações, tem ganhar pelo menos algumas batalhas na guerra das pautas com a oposição, pelo menos nas redes sociais e em nichos da TV.

Há um espetáculo do crescimento sim, mas é em mais escolaridade, mais empregos, mais pequenos empreendedores, mais agricultura familiar, mais renda, mais moradia, mais creches, mais classe média, mais gente viajando de avião, mais internautas, mais qualidade de vida, mais cidadania, mais médicos, mais saúde sim, mais petróleo do pré-sal e toda uma indústria que gira em torno dele. O governo Dilma tem alguns números espetaculares em algumas áreas, melhores do que no governo Lula, inclusive porque deu o passo adiante aos passos anteriores dados. A vida das classe mais baixas, que não tinham muita coisa e passaram a ter, tem um crescimento diferente das classes mais altas, que já tinham tudo e reclamam de políticas que priorizam o emprego, a educação e a erradicação da pobreza.

O tanto que aumentou de universitários, estudantes de nível técnico, de trabalhador com melhor qualificação profissional, tem valor econômico que não aparece no PIB instantâneo de um ano em um momento de crise internacional, mas aparecerá de forma robusta ao longo de um ciclo de alguns anos. É difícil encontrar no Brasil uma família de classe média baixa ou pobre que não tenha prosperado. Os jovens estão ficando melhor posicionados para o mercado de trabalho do que as gerações anteriores. Basta um vento favorável na crise internacional que a economia bomba, porque teremos coisas que não tínhamos, como mão de obra mais qualificada.

Falta essas coisas chegar aos olhos das pessoas. E nós, ativistas das redes sociais, não podemos deixar a pauta negativa do PIG nos dominar.

(*) Em tempo: é curioso que Miriam Leitão não foi convidada. Da Globo até que a jornalista Zileide Silva é a melhorzinha. O que atrapalha é o canal onde ela trabalha.

Leia também a narrativa de Denise Rothenburg, uma das jornalistas que participaram do jantar, e contou tudo, sem manipular, mesmo ela representando os Diários Associados, que editam os jornais "Correio Brasiliense" e o aecista "Estado de Minas".

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