Via Jornal O Rebate
LAERTE BRAGA
Aluísio
Nunes, senador do PSDB de São Paulo, um dos principais coordenadores da
campanha de Aécio Neves foi preso político, líder de esquerda e tomou o
rumo da direita logo após a fundação do seu partido. Foi ministro da
Justiça de FHC, é tido como jurista.
Nos últimos
anos com o advento da internet a mídia incorporou um novo e importante
instrumento de divulgação, que, possivelmente, não teve ainda sua
importância medida na totalidade, mas sabe-se que mudou o perfil da
mídia clássica. Obama em sua tentativa de ser candidato a presidente, em
2008, pré candidato, derrotou a favorita Hilary Clinton inundando as
redes sociais e caixas de mail com seu programa e sua “jovialidade”,
além de arrebatar o eleitorado negro, para o primeiro presidente negro
dos EUA.
Aluísio Nunes não tem a menor idéia
disso. Dessas mudanças. Acostumou-se a mídia comprada, venal e podre da
seis famílias que detêm o poder da comunicação no Brasil e estranhou
quando um jornalista de um blog foi entrevista-lo sobre a vocação do
PSDB para enterrar propostas de CPIs que buscam investigar
irregularidades tucanas (registre-se que não existem regularidades
tucanas).
O jornalista queria saber porque o
PSDB insiste tanto na CPI da PETROBRAS e setenta propostas de CPIs na
Assembléia Legislativa de São Paulo foram barradas pela bancada tucana.
Irritou-se.
Acostumado a perguntas que na prática costumam significar levantar a
bola para que possa deitar a mentirosa verborragia tucana, não está
preparado para os dias de hoje e nem para ser confrontado, mesmo com a
fama de jurista.
Mandou o jornalista a PQP e tentou agredi-lo.
O vídeo circula por toda a rede mundial de computadores. A falta de compostura do senador.
E de caráter e dignidade também.
Partidos
no Brasil não têm fidelidade aos seus programas. A social democracia
que rotula o PSDB é neoliberalismo. O socialismo que enfeita o programa
do PSB é de fancaria. Eduardo Campos já quer modifica-lo para adequá-lo a
interesses eleitorais imediatos. O jornalista Élio Gaspari, em sua
coluna de sete de maio na FOLHA DE SÃO PAULO, fala do programa do PSB e
da REDE de “santa” Marina da Silva, um amontado de catorze mil palavras
que ninguém entende nada.
A verdade é que
ninguém entende nada faz tempo. Partidos são conglomerados/empresas que
abrigam interesses das elites políticas e econômicas e Aluísio Nunes é
só um desses empregados da FIESP (Federação das Indústrias de São
Paulo). Dessa característica ninguém entende tanto como o PMDB, que não
se preocupa em assumir essa face e coloca-se, já que um dos maiores do
Brasil, à disposição de quem pagar mais.
É a máfia partidária melhor organizada, sempre comendo o mingau pelas beiradas.
Há
dias o senador e ébrio, contumaz usuário de drogas, candidato a
presidente da República, com oitenta e uma faltas a sessões do Senado,
Aécio Neves, armou um barraco na Casa, à falta de cérebro, para
argumentar qualquer coisa (quando a irmã não está perto é um desastre)
contra a votação do projeto do Marco Civil saudado no mundo inteiro como
avanço notável obtido pelo governo brasileiro.
O
PSDB, definitivamente, não sabe lidar com essa nova mídia, a internet.
Acostumado que está a comprar a mídia de mercado, ou vice versa, ser
comprado pela mídia de mercado. São relações promíscuas que desde os
tempos da compra de votos para a reeleição de FHC se acentuaram de forma
clara e sem disfarces.
E não é por outro motivo
que Aebrio tem tentado na justiça boicotar e censurar a internet. A
propósito, a Câmara pagou oito mil reais ao ex-ministro do STF, Ayres
Brito, da turma de Gilmar Mendes, o proprietário de Joaquim Barbosa,
para defender a judicialização da política.
É mais ou menos como fritar o processo democrático.
O
senador Aluisio Nunes, que dizem ser jurista, precisar voltar aos
livros de Direito e tomar conhecimento da existência do contraditório,
do contrário vai ter que mandar muita gente a PQP até as eleições de
outubro.
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