Washington enviará caças e bombas a Emirados Árabes e Arábia Saudita para neutralizar eventual ataque
Denise Chrispim Marin, correspondente
WASHINGTON - Sem apoio da Rússia e da China para a adoção de novas sanções contra o Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos planejam elevar a capacidade militar das monarquias do Golfo Pérsico como meio de conter a possível ameaça militar de Teerã. O objetivo final será a construção um sistema integrado de defesa contra ataques de mísseis de curto e médio alcance iranianos.
Kevin Lamarque/Reuters
Americanos temem por ambições bélicas do Irã com seu programa nuclear
Veja também:
BASTIDORES:
NA ÍNTEGRA: O relatório da AIEA (em inglês)
ESPECIAL: O programa nuclear do Irã
HOTSITE:A tensão entre Israel e o Irã
Segundo o Wall Street Journal, o governo de Barack Obama encaminhará ao Congresso americano pedido de autorização para a venda aos Emirados Árabes de 4,9 mil "bombas inteligentes" da Boeing, capazes de planar ao serem lançadas e de atingir seu alvo com maior precisão.
A expectativa em Washington em relação ao relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear do Irã, divulgado esta semana, acentuou a troca de informações militares e de agências de inteligência com os seis países do Golfo Pérsico (Catar, Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Iraque) nos últimos meses.
Entre outras medidas, os EUA decidiram transferir para o Kuwait a maioria das tropas a serem retiradas no final do ano do Iraque. Cerca de 40 mil soldados americanos serão mantidos na região. Também fecharam contratos de venda para a Arábia Saudita de caças F-15, de 2 mil "bombas inteligentes" - as chamadas munições de ataque direto conjunto ou JDAM, na sigla em inglês - e de outras munições, segundo a reportagem. Os Emirados Árabes mantêm uma ampla frota de caças F-16, já munidos com centenas dessas munições.
É crescente a preocupação dos países do Conselho de Cooperação do Golfo com o desenvolvimento de um programa nuclear militar pelo Irã. O relatório da AIEA sobre o tema, divulgado nesta semana, acentuou as suspeitas de que artefatos atômicos estão em construção no Irã, apesar das quatro rodadas de sanções impostas sobre interesses econômicos do país e da pressão internacional.
Como resumiu ao Estado um diplomata brasileiro que pediu para não ser identificado, as monarquias do Golfo Pérsico aprenderam a lidar com o fato de Israel ser uma potência nuclear. Mas, para esses seis países, mais temerário seria ver o Irã - persa e muçulmano xiita - possuir a bomba.
No Conselho de Segurança, os EUA enfrentam a oposição da Rússia a sanções adicionais ao Irã. Embora não tenha se declarado claramente, a China tende a seguir Moscou por depender de importações de petróleo iraniano. França e Grã-Bretanha devem apenas ajudar os EUA a obter apoio a outras formas de conter Teerã.
Do Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”