Saiu na edição especial de fim de ano da Carta Capital – Aqui para ler – um primoroso artigo de Wálter Maierovitch sobre a “Justiça”:
“Sem enxergar suas obrigações – Ineficaz e corporativista, justiça brasileira não passa ao cidadão comum a imagem de imparcialidade”
“Sem enxergar suas obrigações – Ineficaz e corporativista, justiça brasileira não passa ao cidadão comum a imagem de imparcialidade”
Sem confessar, Maierovitch fez uma analise implacável do último ano do lamentável mandato de Cezar Peluso na cadeira de Presidente da Suprema Corte.
Se o amigo navegante imaginava que o Supremo Presidente Supremo, Gilmar Dantas (*) seria insuperável, enganou-se.
Peluso lançou o Judiciário em algumas posições insustentáveis.
Espera-se que o presidente Ayres Britto, que o sucederá de abril a novembro – em seguida, entra Joaquim Barbosa – devolva ao Supremo o respeito que a sociedade exige.
O balanço de Maierovitch é o de um desastre institucional.
Peluso quis um aumento do Judiciário com correção automática pela inflação, o nefasto “gatilho”;
Tentou confrontar o Executivo e exigiu um aumento na marra; Dilma não lhe deu trela – nem o Congresso, que aprovou um Orçamento sem aumentar o Peluso;
“Diante de um quadro de indignação nacional”, Peluso decidiu adiar o “fechamento” do CNJ, que ele próprio, ao confrontar-se com Eliana Calmon, uma heroína nacional, tentou promover – clique aqui para ler “a crise do CNJ é São Paulo (de onde Peluso provém) ”.
Maierovitch lembra de Daniel Dantas, aquele que maculou e macula de forma insuperável o sistema judicial deste país.
No caso da Operação Satiagraha, Gilmar Dantas (*) deu dois HCs em 48 horas ao “banqueiro bandido”, como diz o deputado Protógenes Queiroz, mesmo diante do vídeo do ato de passar a bola, que o jornal nacional exibiu em horário nobre para todo brasileiro ver;
“Na casa de um dos acólitos de Dantas, o professor Chicaroni, a policia federal encontrou R$ 1,1 milhão”, lembra Maierovitch;
Com a nobre exceção dos Ministros Gilson Dipp e Laurita Vaz, os ministros Adilson Macabu, Napoleão Maia e Jose Mussi (que se inscreveram na História da Magistratura Nacional) sepultaram provisoriamente a Satiagraha, porque a Policia Federal valeu-se da colaboração de funcionários da ABIN, o que se fosse ilegal – e não é – “em nada interferiram na consumação do crime de corrupção” (de Dantas);
(O STJ sepultou a Operação Boi Barrica, onde se acha instalado o filho do Presidente do Senado, Fernando Sarney, “porque a quebra de sigilo não tinha sido suficientemente motivada”. O mesmo STJ, lembra Maierovitch, sepultou a Castelo de Areia, uma empreitada da Camargo Corrêa, porque inventou que uma denuncia anônima era a única prova que o corajoso Juiz Fausto De Sanctis tinha; quando, na verdade, lembra Maierovitch, a investigação precedeu a denuncia anônima e a configuração dos crimes se deu independente da denúncia anônima. Viva o Brasil !)
Maierovitch critica a decisão do Supremo sobre Battisti, uma viagem a passeio do Ministro Toffoli a Capri, à expensa de um advogado, e lembra que “magistrados batem uma bolinha em campo, em instalações cedidas por Ricardo Teixeira da CBF“ e da Justiça da Suíça !
Por fim, Maierovitch recorda que Gilmar Dantas (*), ao deixar a presidência do STF (não há mal que sempre dure), “teria sido brindado com uma viagem internacional e regias cortesias, incluídos hospedagens e deslocamentos em luxuoso automóvel Mercedes-Benz, com cinesíforo ao volante, ofertados pelo advogado e jurista Sergio Bermudes. O patrocinador tem uma das maiores bancas do Brasil, atua em ações no STF e foi empregador da esposa de Mendes”, conclui Maierovitch. (E do filho do Dr Macabu, do STJ !)
Sobre a inaceitável relação de Sergio Bermudes com Gilmar Dantas (Bermudes é um dos 3003 advogados de Dantas), clique aqui para ler “a relação Bermudes – Gilmar parece um B.O.”
A súmula do artigo de Maierovitch é: “além de atrasar soluções de conflitos, Justiça tem modelo ideal para manter impunes poderosos”
Em tempo: Maierovitch poupa o brindeiro Gurgel, o Procurador da Sociedade, de sua severa caneta. O brindeiro Procurador passou o ano paz !
Viva o Brasil (que espera por Ayres Britto e Barbosa !) !
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí
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