Via Prensa Latina
Damasco, 9 mar (Prensa Latina) Revelações recentes do portal Wikileaks sobre a presença na Síria de militares da OTAN coincidem com rumores em círculos jornalísticos e acadêmicos aqui sobre a suposta detenção de agentes britânicos e franceses na cidade de Homs.
Uma informação da publicação Islã Times, que divulga notícias da agência de notícias Cham Press, assegura que agentes secretos dos Estados Unidos e da OTAN operam dentro da Síria contra o Governo do presidente Bashar Assad, segundo o portal digital que ganhou relevância por revelar interioridades da política estadunidense.
Wikileaks difundiu desta vez uma mensagem de um analista de informação que trabalha para a assinatura de análise estratégica e de inteligência Stratfor, com sede nos Estados Unidos, no qual diz que assistiu a uma reunião no Pentágono com vários oficiais da OTAN da França e Reino Unido em dezembro passado.
Em sua carta, o especialista diz ter conhecido que agentes dessa aliança bélica já se encontravam sobre o terreno sírio nessa data treinando os grupos armados de extremistas.
Equipes das forças de operações especiais, provavelmente dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Jordânia e Turquia já estão sobre o terreno levando a cabo missões de reconhecimento e treinando forças opositoras, assegura o analista em sua mensagem.
Acrescenta que a ideia hipotética era desenvolver uma campanha de ataques de guerrilha, assassinatos e sabotagens para desatar o caos e derrocar o governo sírio.
Fontes extraoficiais sírias destacaram que soldados militares e dos corpos de segurança capturaram em operações contra os grupos armados terroristas a três oficiais cataris, 49 agentes e militares turcos, bem como agentes jordanianos, britânicos e franceses, os últimos na cidade de Homs, que esses grupos converteram em seu principal bastião.
A mensagem revelada por Wikileaks acrescenta que esses grupos recentemente fizeram público que estavam recebendo artefatos bélicos da França e Reino Unido para atacar às forças governamentais.
A princípio de fevereiro legisladores reclamaram desde o Parlamento francês ao presidente Nicolas Sarkozy que esclarecera a presença de agentes franceses em campos, onde se treinam milícias na Turquia para introduzi-las na Síria.
Posteriormente, a televisão russa difundiu que tropas britânicas e cataris estavam "dirigindo a entrega de armamento e coordenando táticas na sangrenta batalha por Homs".
O canal Russia Today descreveu que foram estabelecidos em Homs quatro centros de operações com tropas estrangeiras sobre o terreno com a missão de preparar o caminho para uma incursão militar secreta contra Síria, e para sustentar tal informação citou fontes da inteligência russa.
O portal digital israelense DEBKAFile, dedicado a temas de espionagem, estratégicos e análises de contextos políticos e militares, indicou que a presença dos efetivos cataris e britânicos em Homs foi ponto prioritário na agenda da reunião entre servidores públicos sírios e o chefe do Serviço de Inteligência da Rússia, Mikhail Fradkov, em meados de fevereiro.
Este especialista acompanhou ao chanceler Sergei Lavrov em sua visita a Damasco no passado mês. Com posterioridade a essa revelação por DEBKAFile, servidores públicos russos advertiram publicamente sobre essa presença estrangeira em solo sírio.
Sobre este intríngulis, o portal informativo libanês Manar publicou no passado sábado que armas de fabricação israelense foram utilizadas pela primeira vez pelos grupos armados na comunidade Baba Amr, que foi até semana passada fortaleza principal dessas forças irregulares.
Ali, assegura Manar, o serviço israelense de espionagem Mossad, a empresa norte-americana de mercenários Blackwater e a CIA comandaram operações militares contra o governo sírio.
No passado 1 de março forças sírias completaram a tomada de Baba Amr e outros bairros, onde se tinham fortificado os grupos armados.
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