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domingo, 29 de abril de 2012

Patrões bancam núcleo sindical do PSDB

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (27), o PSDB promoveu o primeiro congresso do seu “núcleo sindical”, em São Paulo. Para isso, ele precisou contar com uma ajudinha dos empresários – que ajudaram a financiar o evento e ainda “liberaram” os seus funcionários para garantir a plateia. A própria mídia patronal não teve como esconder a cena dantesca, o que mostra o ridículo do “núcleo sindical” tucano.
Segundo a Folha, construtoras e empreiteiras que prestam serviço ao governo de São Paulo garantiram a “lotação” do congresso. “Cada patrão mandou dez funcionários para cá. A gente tem que ficar até o fim [do evento] e levar o comprovante de que veio para não descontar o dia de trabalho”, relatou ao jornal serrista um dos presentes no evento.

Palanque eleitoral

O congresso serviu como palanque para os pré-candidatos do PSDB, reunindo toda a alta cúpula da legenda. Segundo relato de Bruno Boghossian, do Estadão, José Serra aproveitou o evento para pedir apoio na disputa da prefeitura de São Paulo. “Temos nossa primeira tarefa: mobilizar nossos sindicalistas para a campanha eleitoral deste ano”, afirmou o eterno candidato.

“Diante de uma plateia de sindicalistas que se esvaziou ao longo do dia, o presidente do partido, Sérgio Guerra, o governador Geraldo Alckmin (SP), Serra e o senador Aécio Neves (MG) afirmaram que a relação da sigla com sindicalistas e trabalhadores ‘não é uma novidade’”, descreve o Estadão, que ainda descreve algumas cenas cômicas do evento.

Evitando constrangimentos

O governador Geraldo Alckmin, após saudar os “companheiros e companheiras” sindicalistas, teve a caradura de afirmar que “o PSDB é um partido que dá prevalência ao trabalho sobre o capital”. Já Aécio Neves, o combalido presidenciável tucano, sofismou: “Não queremos sindicatos a serviço de um partido político, como acontece na relação da CUT com o PT”.

O congresso do “núcleo sindical” do PSDB pouco debateu a pauta trabalhista – como a redução da jornada de trabalho ou o fim das terceirizações e do fator previdenciário. Nem dava para ser diferente. Afinal, os neoliberais tucanos sempre foram inimigos declarados dos direitos trabalhistas e fiéis aliados do patronato. O debate poderia ser algo constrangedor!

Ao final, a presidência do “núcleo sindical” foi entregue ao eterno dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São Paulo, Antonio de Souza Ramalho – que já tentou se eleger vereador, mas não obteve sucesso. Ramalho, que também é vice-presidente nacional da Força Sindical, terá muito trabalho para convencer outros sindicalistas a aderirem a este núcleo eleitoral.
 

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