Do Valor Econômico
Para o DEM, Cachoeira sabia dos grampos
Por Brasília
O empresário Carlos Cachoeira sabia que estava com os telefones grampeados pela Polícia Federal, segundo apurou o Valor na cúpula do Democratas. O suposto envolvimento do senador Demóstenes Torres (GO) com o esquema para a legalização dos jogos de azar foi um golpe fatal para o DEM, partido que tenta sobreviver à extinção. Se for mal nas eleições municipais de outubro, muito provavelmente o que restar da sigla deve ser incorporado ao PSDB ou PMDB ou ainda se dividir entre as duas legendas.
De acordo com a investigação feita pela cúpula do Democratas, Carlos Cachoeira foi avisado do "grampo" por Idalberto Matias Araújo, o Dadá, um antigo agente de ligação entre os serviços de inteligência da Aeronáutica e a Polícia Federal. Dadá, segundo as acusações, seria o chefe do "grupo de inteligência" de Cachoeira. Na eleição de 2010, Dadá chegou a ser contactado pelo comitê eleitoral da campanha da candidata Dilma Rousseff, segundo se informou, para cuidar da segurança da casa onde funcionava a campanha da hoje presidente.
Por suas ligações com a PF, Dadá teria ficado sabendo do "grampo" de uma conversa entre Demóstenes e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A conversa foi parar nas páginas da revista "Veja", o que não teria agradado a Cachoeira. Por saber que estava "grampeado" é que Carlos Cachoeira deu um telefone para permitia que os dois se protegesses de escutas - os aparelhos de Cachoeira e o de Demóstenes dispunham do mesmo sistema criptografado.
Apesar dessas precauções, as conversas de Cachoeira continuaram sendo "grampeadas", o que levou cardeais do DEM a suspeitar que o empresário tenha feito um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Registra-se, inclusive, que Cachoeira parece ter se tornado "mais falastrão", mencionando os presentes que deu ao senador Demóstenes, como uma geladeira importada. (RC)
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