Guerrilheiro Virtual

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A EMBRAPA EM 2030

Plantação de soja no cerrado

Por Mendes Ribeiro Filho

“O crescimento da EMBRAPA exigirá nova governança. Ela continuará a apoiar os pequenos produtores não amparados pelo setor privado

Há uma discussão salutar na mídia sobre a pesquisa agropecuária pública. A importância da agricultura brasileira é a razão. A agricultura também é foco da reunião do G8 e da Rio+20.

A importância da EMBRAPA para o Brasil, criando conhecimento e inovações, é indiscutível. A transformação dos cerrados em celeiro de grãos talvez seja, ao menos em área, a sua maior contribuição nas quase 40 anos desde a sua criação.
Cerrado

Um apoio tecnológico aos empreendedores da agricultura brasileira que continua forte e diversificado, trazendo opções de produção e processamento que fizeram de nossos agricultores, pequenos e grandes, exemplo de pujança mundial.

Nesse período, o mundo, o Brasil, a sua agricultura e a EMBRAPA sofreram enormes mudanças.

A globalização, a preocupação com o social e com o ambiente, a expansão da fronteira agrícola nacional, o domínio de novas biotecnologias que permitiram a criação de organismos geneticamente modificados, a revolução das tecnologias da informação e comunicação e as leis de proteção de cultivares causaram revoluções no setor.

O governo respondeu criando mais centros de pesquisa da EMBRAPA -eram 15 em 1973, são 47 hoje.
42 dos 47 centros de pesquisa da EMBRAPA

Seu quadro pessoal foi fortalecido e renovado. São mais de 2.000 doutores. As parcerias aumentaram e são hoje 5.529 contratos de parceria público-privada. E o principal: o orçamento passou de R$ 607 milhões, em 2000, para R$ 955 milhões, em 2005, e chegou a R$ 2 bilhões em 2011.

Cabe ressaltar que o investimento em pesquisa pública pelos países industrializados é similar ao que investem todos os países em desenvolvimento no mesmo setor, estimado em US$ 12 bilhões. Países industrializados como Austrália e Japão investem parcela maior do seu PIB agrícola em pesquisa agropecuária pública do que o Brasil.

E a arquitetura do financiamento público, inicialmente com correspondência quase biunívoca entre o público e o nacional, hoje tem o nacional com o internacional e o público com o privado em uma arquitetura porosa e criativa.

Uma demonstração disso é o recente acordo que firmei com o Reino Unido, onde a EMBRAPA apoiará o desenvolvimento agrícola de pequenos produtores de países africanos, através de projetos de pesquisa e desenvolvimento com instituições irmãs na África, América Latina e Caribe, algo previsto como resultado da Rio+20 e que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já está praticando.
EMBRAPA em Gana, África

A EMBRAPA de 2030 terá esforço maior na geração de conhecimento. A pesquisa será mais básica e feita em parcerias, em ousados arranjos institucionais. As tecnologias caracterizadas em insumos continuarão relevantes, inclusive como elemento estratégico do Estado, que deve evitar "caixas-pretas". A empresa continuará a apoiar as atividades de pequenos produtores não amparados pelo setor privado.

O crescimento nacional e internacional da EMBRAPA exigirá nova governança. Ajustes, necessários e difíceis, iniciados na atual administração, permitirão que, em 2030, nossos filhos possam continuar a se orgulhar desta grande empresa pública que é patrimônio nacional, a EMBRAPA.”

FONTE: escrito por Mendes Ribeiro Filho, advogado, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/41196-a-embrapa-em-2030.shtml ). [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”