Guerrilheiro Virtual

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O novo ministro do trabalho/Brizola Neto é Blogueiro Progressista???!!!

Leio estupefata títulos de alguns posts sobre a nomeação do deputado federal Brizola Neto para o Ministério do Trabalho, ontem, pela presidenta Dilma, posts em que o deputado é apresentado como "Blogueiro Progressista".Menos, menos, senhores blogueiros.Carlos Daudt Brizola, cujo nome político é Brizola Neto, é neto do já falecido Leonel Brizola, político brasileiro ligado ao trabalhismo, ex-governador do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, fundador do Partido Democrático Trabalhista.Brizola Neto cumpria até ontem seu segundo mandato de deputado federal pelo PDT.Brizola Neto foi vereador e secretário do Trabalho no Rio de Janeiro .Brizola Neto mantém um blog chamado Tijolaço, onde não escreve há algum tempo, sendo mantido com textos do jornalista Fernando Britto.Dilma Rousseff foi filiada ao PDT antes de entrar para o PT. O Ministério do Trabalho no governo da presidenta Dilma é da cota do PDT.Afirmar que a presidenta Dilma escolheu para o Ministério do Trabalho um Blogueiro Progressista é um exagero, uma desinformação, um reducionismo leviano.O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu mantém um blog. Como muitos outros políticos. Mas dizer que Dirceu é "blogueiro" é jogar no lixo toda a sua trajetória como político e líder estudantil. A autodenominada Blogosfera Progressista, que inclui jornalistas profissionais vinculados a grandes redes de televisão, e que pretende ser uma alternativa à mídia tradicional, deveria pelo menos procurar oferecer informação precisa a seus leitores, sem desvirtuamentos, má-fé, leviandade ou coisa que o valha.Depois reclamam quando são chamados de Esgotosfera Governista...Conheçam a trajetória de Brizola Neto, lendo um perfil do novo ministro do Trabalho, postado em seu blog, onde em nenhum momento ele se intitula "blogueiro".

Os caminhos que a vida escolheu e os caminhos que eu escolhi

Nasci em 11 de outubro de 1978, ano em que meu avô, Leonel Brizola, no exílio, recebia o ultimato do governo uruguaio para deixar o país. Dele e de meu outro avô, o Capitão da Aeronáutica Alfredo Daudt, recebi exemplos de luta e sacrifício pelo Brasil e pela democracia. Alfredo Daudt, com a ajuda de outros oficiais e sargentos, impediu a decolagem dos jatos da FAB que bombardeariam o Palácio Piratini, na Campanha da Legalidade. Pondo em risco a carreira e a própria vida, evitou o assassinato de Brizola e de milhares de pessoas que, junto com ele, defendiam a Constituição e a posse do Presidente João Goulart. Um avô salvou o outro e os dois salvaram, por algum tempo, o Brasil de uma ditadura.

Menino e adolescente, convivi com as esperanças e dificuldades de meu avô Brizola no Governo do Rio. Vi seu amor pelos CIEPs, sua revolta com as injustiças, vi como sofria sem jamais desanimar frente às mentiras e manipulações da mídia. E, sobretudo, vi como ele agia com austeridade e honradez com a coisa pública. Governador duas vezes, nunca quis morar nos palácios e muito menos queria que seus netos fossem criados num ambiente de luxos e futilidades.

Aos 16 anos, eu queria trabalhar. Outros, talvez, teriam arranjado uma colocação para o neto. Ele, com aquele seu jeito típico, disse-me: queres trabalhar? Então vens trabalhar comigo. Quem conheceu meu avô, sabe que isso estava muito, muito longe de ser emprego tranquilo. Nada de horário folgado, nada de regalias e mordomias. Ser seu secretário foi uma grande experiência, embora, com esta idade, muitas vezes eu não entendesse que, quando muitos de meus amigos estavam saindo para a noite, eu ficava do telefone para a máquina de escrever e dali para as pastas de arquivo. Eu estava aprendendo que a política pode e deve ser feita com responsabilidade, dedicação e coerência.Mas eu não deixei, por isso, de ser, como dizem no Rio e no Sul, um guri. Gostava(que saudade!) de pegar onda, e acabei por tornar-me amigo de vários jovens das favelas da Zona Sul. Se tinha gente metida que torcia o nariz ao meu sobrenome Brizola, com eles só rolou identidade. O que Leonel Brizola dizia sobre a discriminação contra os pobres, sobre falta de perspectivas de uma vida digna, com trabalho e educação para todos, eles sentiam na pele. Desta amizade acabou nascendo o Favela Surf Club, onde jovens do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho aprendem a surfar e a fabricar e consertar pranchas. Na Rocinha, participei do projeto Casa de Cultura, que oferecia aulas de pintura, música, computação e dança para as crianças da comunidade.O desejo de transformar essas duas experiências em militância política veio, então, naturalmente para mim.Depois de quase dez anos diariamente ao lado, tive de conviver com a dor de sua morte. Quando a família me escolheu para, diante do Palácio do Catete e de uma multidão, homenageá-lo com a leitura da Carta Testamento de Vargas, a emoção deu lugar a uma certeza profunda do meu dever. E me determinei a cumpri-lo.Em 2004, fui eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, que exerci com princípios de ética e moral que herdei de meu avô, procurando fazer de meu mandato uma ferramenta da luta pela educação e pelo trabalhador. Eleito deputado federal em 2006, segui com as mesmas referências históricas e tentando aprender mais. Cheguei,em 2009, aos 30 anos, à posição de líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados. A vida tem me ensinado que a força da juventude e o equilíbrio da idade não se contradizem, e boa parte dessa lição eu tenho aprendido com o casamento com Julia e com a delicadeza de minha Maria Clara, que completou seu primeiro aninho em maio.O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho, com progresso para nosso povo.Defender este país é ser nacionalista; defender este povo é ser trabalhista. E lutar por isso a vida inteira, sem jamais esmorecer, é ser Brizola.

Brizola Neto

01/06/2009

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