Candidato tucano afirmou que herdou caixa de apenas R$ 16 mil da
antecessora Marta Suplicy, na Prefeitura de São Paulo, em 2005; mas a
hoje senadora levantou documento oficial (acima) que comprova que
recursos disponíveis eram superiores a R$ 358 milhões; que matemática
Serra e seu secretário Mauro Ricardo irão aplicar agora?
Marco Damiani _247 – Há uma diferença entre R$ 358.658.103,00
(trezentos e cincoenta e oito milhões, seiscentos e cincoenta e oito mil
e cento e três reais) e R$ 16.000,00 mil (dezesseis mil reais). No
caso, bem maior do que os R$ 358.642.103,00 (trezentos e cincoenta e
oito milhões, seiscentos e quarenta e dois mil e cento e três reais)
resultantes da simples subtração. É uma diferença política.
"Pior do que qualquer coisa é o abandono em que a cidade ficou quando
eles tiveram a Prefeitura. Dezesseis mil reais em caixa, fila de 13 mil
credores, postos de saúde sem remédios, obras paradas e a grande obra
que fizeram, que foram os túneis dos Jardins, que inundaram logo depois e
que custaram uma fortuna", disse Serra, após evento de sua campanha.
"Esse é o PT, então não há surpresa nenhuma."
O problema é que Serra deu um dado parcial, e a prova está no
primeiro balanço financeiro de sua gestão, resgatado dos documentos
oficiais da Prefeitura de São Paulo pelo gabinete da senadora Marta
Suplicy (abaixo). Ela se sentiu ofendida com as afirmações de Serra,
especialmente a de que havia deixado, ao final de sua gestão, apenas R$
16 mil no caixa municipal. "Serra mente", escreveu Marta no twitter,
para em seguida lembrar que seu sucessor tucano "fabricou o caos" (leia mais sobre os tuítes de Marta aqui).
Com efeito, a senadora tocou, com a expressão, num ponto nevrálgico
de Serra. Ele, de fato, assim que assumiu a administração municipal,
rompeu grande parte dos contratos que estavam em andamento entre
fornecedores e prestadores de serviço e a Prefeitura. Para um tucano que
sempre pregou "o respeito aos contratos", ele agiu pela contramão,
provocando, inclusive, uma série de dificuldades financeiras entre
empresários que acreditaram que ele não adotaria uma medida tão radical.
A questão levantada por Marta é importante, à medida em que a
senadora demonstra, com números e documentos, que a gestão de Serra
tinha sim recursos suficientes para enfrentar os comprossos que a
Prefeitura assumira antes de sua chegada. É de se perguntar se, caso
vença as eleições e assuma em lugar de seu cabo eleitoral e ex-vice
Gilberto Kassab, Serra fará o mesmo e romperá, outra vez, os contratos
já firmados com base numa matemática financeira em tudo controversa.
Para o momento, entre os R$ 16 mil que ele disse terem ficado no caixa, e
os mais de R$ 358 milhões que Marta comprovou terem permanecido em
poder da municipalidade, entre dinheiro vivo, depósitos bancários e
aplicações financeiras, o certo é que, em queda nas pesquisas, Serra foi
mesmo flagrado apresentando contas erradas e enganosas.
Do 247
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