Maquete do bunker em construção |
Trabalhadores imigrantes portugueses trabalham como escravos nas obras
do novo e dispendioso quartel general da OTAN em Bruxelas, de acordo com
a agência Lusa, relata Renato Soeiro.
As informações baseiam-se em dados divulgados pelo Sindicato português
dos Trabalhadores da Construção Civil. São quase cem os trabalhadores
portugueses que em obras de um edifício da OTAN em Bruxelas trabalham 14
horas por dia recebendo sete euros por hora; os seus companheiros
belgas com a mesma categoria profissional e trabalhando ao seu lado,
recebem um pouco mais do dobro,16 euros horários.
As instalações destinadas aos trabalhadores estrangeiros reforçam o
regime de escravatura a que estão sujeitos. Os estrangeiros são
acantonados em grupos de sete em dormitórios para duas pessoas, onde não
têm sequer espaço para arrumar as roupas, mantidas nas bagagens tal
como vieram de Portugal.
A crise do sector da construção civil em Portugal faz com que milhares
de trabalhadores do sector viajem para a Bélgica de autocarro por
iniciativa de "passadores" não registados que fornecem mão de obra
barata e sem quaisquer direitos às grandes multinacionais da construção
civil. A Aliança Atlântica, que mantém várias guerras no mundo em nome
dos direitos humanos, das liberdades e da democracia, é uma das
entidades que tira proveito desta forma de escravatura.
O novo quartel general da OTAN em Bruxelas, em cujas obras trabalham
seres humanos nestas condições, é considerada mesmo internamente como
"uma obra faraónica" avaliada um mil milhões de euros mas com os custos
em disparo permanente. As despesas são pagas pelos 28 países membros,
entre os quais Portugal, independentemente dos cortes para "combate à
crise".
A situação tem gerado enorme polémica, por exemplo na Grã Bretanha, onde
mesmo deputados da maioria governamental manifestam "frustração" com
"gastos tão avultados" numa altura em que as forças armadas do país são
obrigadas a restringir despesas. "Muitas sobrancelhas estão a erguer-se e
o governo tem que ter a noção de que se trata de custos para os
contribuintes britânicos", declarou, por seu turno, Jim Murphy,
secretário "sombra" da Defesa citado pelo jornal The Daily Telegraph.
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