Um sistema de vigilância secreto conhecido como XKeyscore permite à
inteligência dos Estados Unidos monitorar "quase tudo o que um usuário
típico faz na internet", de acordo com documentos divulgados nesta
quarta-feira pelo jornal britânico The Guardian.
Citando documentos secretos vazados pelo ex-consultor de inteligência
Edward Snowden, o Guardian observa que o programa é o de maior alcance
operado pela Agência Nacional de Segurança (NSA).
O jornal indica que a existência do
XKeyscore corrobora a afirmação de Snowden, rejeitada pelas autoridades
americanas, de que a NSA poderia realizar "qualquer monitoramento, com
você ou seu contador, com um juiz federal ou mesmo o presidente".
As informações podem ser obtidas através dos IPs (endereços de rede),
telefones, nomes completos, apelidos de usuários e palavras-chave em
diversas redes sociais e provedores de e-mail.
Em seu site, The Guardian publicou uma série de slides sobre o que
parece ser um treinamento interno da inteligência americano, mostrando
recursos do programa XKeyscore.
O jornal indicou ter omitido 32 imagens, porque "revelam detalhes específicos das operações da NSA".
Os slides estão marcados como "Top Secret" e o acesso é restrito a
funcionários autorizados dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá,
Austrália e Nova Zelândia. Este material foi produzido em 2007, e não
poderia ser desclassificado antes de 2032.
De acordo com esses slides, o XKeyscore permite aos Estados Unidos
monitorar em tempo real e-mails, pesquisas na web, acesso a sites, redes
sociais e praticamente qualquer atividade de um determinado usuário.
A operação do sistema é assegurada por uma infraestrutura baseada em um
grande cluster Linux com cerca de 500 servidores distribuídos em todo o
mundo.
Esses servidores foram distribuídos entre países aliados e rivais de Washington, incluindo Rússia, China e Venezuela.
Ao contrário de outros sistemas de monitoramento, o XKeyscore pode
iniciar uma vigilância indexando virtualmente qualquer tipo de atividade
on-line.
Entre os exemplos fornecidos está a capacidade do sistema de detectar
ações incomuns, como a realização de uma pesquisa em uma língua
raramente usada em uma determinada região, por exemplo, em alemão a
partir do Paquistão, ou uma busca no Google Maps de locais considerados
potenciais alvos para ataques.
Nestes casos, o programa pode isolar e controlar os dados por conta própria.
O documento observa que o XKeyscore permitiu Estados Unidos a detectar "mais de 300 terroristas".
Os gráficos revelados pelo Guardian mostram que o XKeyscore está sendo
atualizado para torná-lo mais potente e mais rápido, bem como expandir a
gama de dados que podem ser pesquisados, incluindo informações
incrustada dentro de fotos digitais.
As novas revelações acontecem num momento em que os funcionários das
três agências de inteligência dos Estados Unidos e do Departamento de
Justiça devem marcar uma audiência no Senado.
Na semana passada, a Câmara dos Representantes rejeitou uma proposta para reduzir o financiamento de programas de inteligência.
Fonte: AFP
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