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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Alckmin quer barrar CPI do trabalho escravo


Tucano não gosta de CPI, nem para apurar as safadezas do governo, nem para apurar as safadezas dos empresários escravocratas, picaretas.Vai ver que a Zara contribuiu para a campanha desses tucanos safados.

Fernando Gallo
O Estado de S. Paulo - 01/09/2011
O governo paulista trabalha para impedir a criação de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa que investigue o trabalho escravo no Estado de São Paulo.

O pedido foi feito por um integrante da base, deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB), e tem apoio de parlamentares aliados ao governo e da oposição. Até ontem, o pedido de instalação de CPI já havia sido assinado por 41 deputados, 9 a mais que o mínimo necessário.


O pedido foi protocolado na semana passada, após investigação do Ministério do Trabalho que acusou a marca de roupas Zara e outras confecções de explorarem imigrantes em condições análogas à escravidão para fabricar seus produtos.


Desde então, deputados se esforçam para tentar modificar o regimento da Assembleia para permitir a instalação de uma sexta CPI. Pelas regras atuais, apenas cinco CPIs podem funcionar simultaneamente. Alguns deputados, entre eles o próprio Bezerra e o líder do PT na Casa, Ênio Tatto, tentam angariar apoio para que o regimento preveja a possibilidade de instalação de uma sexta comissão, desde que haja uma premissa de urgência, como alegado no caso do trabalho escravo. "Um regimento que não serve pra defender a dignidade humana tem que ser revisto e mudado", sustentou Bezerra.


A proposta foi discutida na reunião do colégio de líderes ocorrida anteontem. O único a se manifestar contrário à mudança foi o líder do governo, Samuel Moreira (PSDB). O governo teme que a mudança abra precedente para a instalação de outras CPIs consideradas indesejáveis pelo Palácio dos Bandeirantes. "Você começa a trabalhar com exceções. As CPIs têm que obedecer a uma ordem cronológica", afirmou Moreira, que negou que o governo esteja preocupado. "Não tem nada relacionado ao governo. A CPI foi proposta por um deputado do partido do governador. Eu mesmo assinei o pedido."


O tema das CPIs remonta ao início do ano, quando uma manobra endossada pela presidência da Casa permitiu que a base governista entupisse a fila de CPIs com propostas anódinas, que não investigam o governo.

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