Guerrilheiro Virtual

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Emprego: número é bom; prevenir é melhor


O destaque da imprensa para os dados de geração de empregos em agosto – 190 mil novos postos, com carteira assinada – é para o fato de este número ser 36% menor que o número de vagas criadas em agosto passado.

É o que Nélson Rodrigues chamaria de óbvio ululante: uma economia que se expande a 4, 4,5% anuais não pode gerar o mesmo número de novos postos de trabalho do que quando cresce a uma taxa de 7,5% .

Ainda assim, o crescimento do número de empregados com carteira assinada nos últimos 12 meses, (2,1 milhões, um aumento de 5,86% sobre o número total de empregos) supera o aumento anualizado do PIB, que foi de 4,7%. Ou seja, nossa economia está se tornando mais (e não menos) empregadora em relação ao volume de riqueza produzida.

Mas, se é muito positivo o número, também é revelador de que o desaquecimento da economia já começa a se manifestar e torna absolutamente vital a ação de governo – e o Banco Central é parte do governo, ou não? – no sentido de reduzir os juros. Embora o Ministro do Trabalho diga o contrário, é certo que teremos uma criação total de empregos na mesma faixa ou um pouco abaixo do que tivemos em 2010.

Essa sinalização era absolutamente necessária como balizador de decisões empresariais diante da crise econômica. Quem não se lembra que, em 2008, no primeiro mergulho desta crise, muitas empresas – os casos da Embraer e da Vale, com milhares de demissões – começaram a despedir empregados sem medir, de fato, os efeitos da retração da economia mundial?

Num momento em que o emprego no mundo patina, que Europa e Estados Unidos rezam para que as taxas de desemprego não subam, o que está acontecendo no Brasil está muito longe de ser ruim.

Longe, sim, mas não podemos deixar que chegue perto.

Por: Fernando Brito / Projeto Nacional

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