Inquérito que corre em segredo de justiça está na pauta do STF; deputado e mais oito são acusadas de desviar dinheiro das obras da av. águas espraiadas, em sP; formação de quadrilha e lavagem de dinheiro; tudo para as ilhas jersey
Está prevista para esta quinta-feira (22) a decisão que pode transformar Paulo Maluf em réu pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O inquérito 2471, que corre em segredo de justiça, entrou na pauta do STF. O relator é o ministro Ricardo Lewandowski.
O caso envolve investigação para apurar irregularidade na última gestão de Maluf como prefeito (1993-1996). O deputado e mais oito pessoas são acusadas de desviar dinheiro das obras da Avenida Águas Espraiadas para contas no paraíso fiscal de Jersey, no Reino Unido. Maluf sustenta que nunca teve conta no exterior.
Maluf foi denunciado pelo Ministério Público Federal pela montagem de um complexo esquema de formação de quadrilha com o objetivo de lavar dinheiro oriundo de corrupção. A denúncia foi apresentada a 3ª Vara Federal Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros, mas, com a eleição de Maluf para a Câmara dos Deputados, a competência passou para o STF.
Segundo a denúncia, parte do dinheiro proveniente das obras da Avenida Águas Espraiadas, na zona sul de São Paulo, foi para a conta Chanani, em Nova Iorque, e de lá para quatro contas no paraíso fiscal de Jersey, no Reino Unido, de onde migraram para sete fundos de investimento na mesma ilha. O dinheiro depois foi investido na Eucatex, empresa da família do ex-prefeito.
Além de Maluf, o MPF denúncia a mulher do ex-prefeito, Sylvia Lutfalla Maluf; os quatro filhos do casal, Flávio, Ligia, Lina e Otávio; a mulher de Flávio, Jacqueline Coutinho Maluf; e o marido de Ligia, Maurílio Miguel Maurílio Curi.
Fernando Porfírio
No Brasil 247
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