Guerrilheiro Virtual

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Gabeira: idiota de picadeiro a serviço do golpismo da mídia


Osvaldo Bertolino
Fernando Gabeira é uma das figuras mais escrotas que apareceram no cenário político brasileiro dos últimos tempos. Agora articulista do jornal O Estado de S. Paulo, ele ganha a vida fazendo o que mais sabe — caluniar, mentir e fazer o trabalho sujo que a ditadura midiática gosta de encomendar, possivelmente pagando um bom preço. Gabeira começou a ser incensado pela direita quando despontou como profeta do caos, prevendo durante 100% do tempo que o governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva estava entre o estado de coma e a morte clínica.

Quando ele acertava na previsão de alguma coisa insignificante — e, estatisticamente, teria de acertar alguma coisa, já que previa que tudo daria errado — era confirmado na posição de gênio da análise política brasileira. Quando errava, e as catástrofes que anunciava simplesmente não aconteciam, jamais ocorria à mídia dirigir um olhar mais crítico à qualidade das suas previsões idiotas. Ela continuava, automaticamente, divulgando com destaque tudo o que ele dizia. Desde que dissesse alguma coisa ruim, a publicação estava garantida.

Colorido dramático

Um exemplo foi uma entrevista que ele concedeu ao jornal Folha de S. Paulo, quando o entrevistador, Josias de Souza, perguntou: "Se (José) Dirceu fosse preso hoje o senhor seqüestraria um embaixador americano para libertá-lo?". Essa formulação pode ser definida como a síntese da mentalidade idiota que prevalece na maioria das redações da imprensa oficial da mídia. Gabeira não deixou por menos: abusou do que se pode chamar de histrionismo — palavra que significa teatralidade.

O histrionismo é um comportamento caracterizado por colorido dramático e com notável tendência em buscar contínua atenção. Normalmente, a pessoa histérica conquista seus objetivos com um comportamento exagerado, exuberante, e por uma representação que varia de acordo com as expectativas da platéia. Gabeira vivia o auge da sua gabolice. Foi quando adotou uma postura agressiva contra o então presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), que lhe rendeu uma superexposição na mídia.

Sua fanfarronice na Câmara dos Deputados, dizendo a Severino Cavalcanti que sua gestão era um "desastre" e anunciando um movimento para derrubá-lo, mostrou sua índole política golpista. Dali em diante, Gabeira passou a ganhar a vida anunciando o colapso permanente do governo e foi para a capa da imunda revista Veja como arauto da “moralidade”, paladino “da ética e da lucidez na política brasileira''. Na verdade, ali começou a ficar mais evidente a sua moralidade prostituída.

Farinha Maizena

Ficou fácil saber disso ao revelar com quem preferiu andar. ''Gabeira representa a face mais avançada da esquerda mundial, que não nega a modernidade, não rejeita o mercado nem a globalização e ao mesmo tempo defende as minorias. Ele não ficou embolorado naquela esquerda ultrapassada, albanesa'', disse à ''reportagem'' a ''cientista política'' Lúcia Hippolito, aquela tagarela especialista em reacionarismo estéril que ''comenta'' política em ''dose dupla'' na rádio CBN. Juntaram-se os purgantes mentais — Gabeira, a Veja e Lúcia Hipólito.

O episódio serviu para a erupção de uma espécime muito conhecida dos brasileiros. São aquelas pessoas cujas idéias parecem a embalagem da farinha Maizena — resistem ferozmente às mudanças. Elas não aceitam o Brasil em transformação e lutam com unhas e dentes para proteger as vacas sagradas do seu ideário elitista, expostas no altar do conservadorismo. Em outros tempos, chegaram a apoiar a derruba do governo e o fechamento do Congresso para se beneficiar de mais alguns pontos na divisão do PIB.

A estridência de Gabeira não consegue ocultar um fato evidente: pilares conservadores que no passado foram criados a partir de grandes campanhas neoliberais hoje mobilizam no máximo algumas dezenas de raivosos na mídia e alguns gatos pingados em praças públicas. Agora, depois de fazer o papel de escumalha da elite com seu habitual rocambole verbal na missão de atacar o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ele afia as garras para o lado do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Viciados em droga

Gabeira é desses bobos da corte, personagem de picadeiro. Moleque de recados, sempre pronto, a troco de trinta moedas, a gritar: "Lobo, lobo!". Assim ele mantém o aparato da direita mobilizado para combater qualquer indício de flagrante nas mal escondidas intenções contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. O que está em discussão, mais do que as teses gabeirianas, tão reveladoras da alma da mídia, é a dimensão da crise política.
É um panorama de ruínas. Os prognósticos mais tenebrosos continuam sendo atirados ao público de todas as formas possíveis — pela televisão, pelas rádios, pelos jornais, pelas revistas, pela Internet. Como viciados em drogas, muitos jornalistas da mídia — Gabeira tenta ser um deles — se tornaram dependentes do alarmismo. Dizer coisa ruim é um passo certeiro para os que querem ver seu nome e suas opiniões na mídia. Nesse ambiente que premia sistematicamente a indignação, pouco importando se ela se baseia ou não em fatos.

As teses gabeirianas mais divertem do que irritam – apesar de ações como essas, negando o valor do voto de milhões de brasileiros, serem as mais torpes formas de corrupção. Gabeira e outros que atacam o governo pela ''esquerda'' são bonecos de ventríloquos de gente que usa esfarrapados disfarces em defesa da ''pureza'' na política. Há muitos e muitos anos, os conservadores rasgaram as bandeiras nacional e democrática e formaram um sindicato de conspiradores.

Figura subqualificada

A hipocrisia de Gabeira é perceptível a léguas de distância. A defesa da ética não se esgota em fórmulas, em palavras, em pregações estridentes. É a atividade do cotidiano, as ações concretas, julgadas pelas suas conseqüências, que determinam a conduta de uma pessoa. Basta seguir os passos de Gabeira para perceber que a sua ética é como manga de colete — ele passou a professar o rito do neoliberalismo, que causou males profundos ao Brasil.

Desde o seu arroubo gutural de quando deixou o PT, Gabeira passou a se comportar como uma figura subqualificada. Começou a tratar os votantes em Lula, em Dilma e na esquerda em geral como ignorantes desprovidos de informações, incapazes de ver a “corrupção” que tomou conta do país.

Mesmo contra a vontade desse “povão”, ele e seus sequazes se auto-intitularam os escolhidos para restaurar a ordem e a moralidade. Na verdade, em nome dessas bandeiras o que se vê é o mesmo histórico amontoado de asneiras, meias-verdades e mentiras pela boca de pessoas que se julgam mais sábias do que todos e em quem o povo deve acreditar cegamente. E ainda tem gente com coragem de negar a marcha do golpismo no Brasil!

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