Sitema radioeletrônico de fabricação russa "Avtobaza" - Foto "Gazeta Russa"
O TENDÃO DE AQUILES DOS VANTS?
“Até o início de dezembro do ano passado (2011) tudo era mil maravilhas para os VANTS, mas um fato deixou uma pulga atrás da orelha. A primeira notícia sobre a captura de um VANT norte americano.
Por Ricardo Fan, no "DefesaNet"
Desde os ataques do 11 de Setembro, os EUA passaram a investir pesado em aviões não-tripulados, os chamados drones (no Brasil VANT). No ano do [até hoje também muito intrigante] atentado às torres gêmeas, o Pentágono tinha apenas 50 unidades. Passados dez anos, de acordo com documento divulgado pelo site da WIRED. A difusão dos VANTS acelerou muito nos últimos anos. Hoje, nos EUA, há 7.494 VANTS em operação, contra 10.767 aviões pilotados.
Os VANTs são o setor com crescimento mais dinâmico na área de defesa e segurança, passando outros equipamentos bélicos, segundo estudo mundial da “TealGroup”, empresa americana de análise do mercado aeroespacial. A despesa com aeronaves com controle remoto deverá dobrar nesta próxima década, pulando de US$ 5 bilhões para US$ 11 bilhões em todo o mundo. Até o fim de 2020, cerca de 50 países, inclusive o Brasil, deverão investir juntos mais de US$ 94 bilhões na tecnologia, estima o relatório.
O CASO RQ-170 SENTINEL
VANT (drone) RQ-170 Sentinel
Até o início de dezembro do ano passado (2011), tudo era mil maravilhas para os VANTS, mas um fato deixou uma pulga atrás da orelha. A primeira notícia sobre a captura de um VANT norte americano divulgada em 4 de dezembro. A aeronave não-tripulada 'stealth' RQ-170 Sentinel é fabricada pela empresa Lockheed Martin. É um dos VANT mais secretos em serviço da Forças Armadas dos EUA. As especificações da aeronave são desconhecidas. Sua fuselagem tem revestimento especial que lhe permite escapar da detecção por radares. Vale resaltar que um RQ-170 foi usado pelos EUA para espionar o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, no Paquistão.
Segundo o canal de televisão iraniano “Press TV”, a aeronave foi capturada graças às ações de tropas iranianas que teriam interferido no sistema de controle da aeronave, obrigando-a a pousar com danos mínimos em região montanhosa no leste do país, a 225 km da fronteira com o Afeganistão.
Os EUA negaram a hipótese de sua aeronave ter sido abatida ou “sequestrada” eletronicamente pelos iranianos. Segundo fontes norte-americanas, a aeronave simplesmente saiu da zona de controle da CIA e "caiu" quando o combustível acabou.
Dan Goure, analista do Instituto Lexington, analisando as imagens divulgadas, afirmou que a fuselagem, em grande parte, estava intacta e descartou a possibilidade de mau funcionamento do motor ou sensores de navegação [e de "queda"]. "Este foi um ataque cibereletrônico que derrubou o sistema de comando e trouxe o aparelho a baixo".
iranianos mostram o RQ-170 Sentinel apreendido
Ainda em dezembro passado, um oficial sênior dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse ao “Washington Post” que os EUA não podem confirmar se o drone mostrado era real. Pois, os EUA não têm acesso a ele. Mas, também afirmou: "Nós não temos nenhuma indicação de que ele foi derrubado por fogo inimigo" (falta de marcas de queimaduras, furos ou danos na fuselagem).
Um segundo oficial militar dos EUA, disse que a questão principal é como o VANT poderia ter ficado "praticamente intacto” após uma "queda" de elevada altitude na qual, provavelmente, o VANT estava operando e teria deixado de responder aos comandos e "caído" por falta de combustível.
O capitão da Marinha dos EUA John Kirby, porta-voz do Pentágono, disse em entrevista coletiva, ainda em dezembro, que os analistas do Pentágono estavam examinando o vídeo exibido pelo Irã. Porém, logo depois, a CBS informou que autoridades dos EUA confirmaram que o drone exibido pelos iranianos era genuíno e pertencia à CIA.
A CONTRAMEDIDA
No entanto, se os iranianos não abateram o VANT com fogo de artilharia, pela condição da aeronave praticamente intacta, a maior hipótese é que o Irã tenha usado o sistema radioeletrônico “Avtobaza” de fabricação russa [ver foto acima], entregue ao Irã em outubro de 2011. Esse sistema móvel se destina à busca de alvos emissores de radiofrequência, incluindo radares que fazem parte das aeronaves, como no drone americano.
Enquanto a maioria das entregas de armas ao Irã é bloqueada, devido ao embargo liderado pelos EUA, um sistema de interferência eletrônica, como o Avtobaza, foi permitido. Porque é uma máquina passivamente defensiva e projetada para busca de alvos emissores de radiofrequência em aeronaves e com capacidade de manipular os sistemas de orientação e controle de mísseis inimigos.
Possivelmente, os EUA não imaginavam o real potencial do equipamento na interferência no link de comunicação dos VANTS, permitindo que sejam “sequestrados” remotamente.
Ainda assim, não está claro como os iranianos conseguiram interferir no controle da aeronave. Porém, a dúvida está lançada sobre os VANTS em operações contra um exército regular e equipado eletronicamente.”
FONTE: escrito por Ricardo Fan e publicado no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/4410/O-tendao-de-aquiles-dos-Vants-) [trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
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