Saiu na Carta Maior:
Na posse da nova presidente da Petrobras, Dilma Rousseff destaca importância do caráter estatal da empresa, elogia ‘estadista’ Getúlio Vargas e festeja que companhia escapou de ‘todos os ventos privatistas’. Para Dilma, Petrobras estatal é fundamental no projeto de nação do Brasil. Declaração sobre ‘ventos privatistas’ vem após polêmica política sobre leilão de aeroportos.
Da Redação
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff empossou, nesta segunda-feira (13), a nova presidente da Petrobras, a amiga e funcionária de carreira da empresa Maria das Graças Foster, com um discurso nacionalista e estatista. Disse que a Petrobras é “parte relevante” do esforço de construção do país, saudou o “estadista” Getúlio Vargas, patrono da companhia, e festejou que ela tenha escapado de “ventos privatistas”, sem, no entanto, fazer referência explícita ao governo Fernando Henrique.
Para Dilma, a Petrobras, hoje a segunda maior petroleira de capital aberto do mundo, é “fruto de um movimento popular, de um movimento cívico, nacional, que mobilizou nosso país” e “surgiu graças à visão de um estadista, Getúlio Vargas, a quem devemos sempre render a nossa homenagem”.
A combinação de “movimento popular” e “visão de um estadista” foi fundamental, disse Dilma, para dar origem a “uma parceira do povo brasileiro” e a “uma das partes mais relevantes do esforço desse país de se constituir em uma grande nação”.
Hoje, depois de quase seis décadas de vida, assinalou a presidenta, a estatal tornou-se “poderosa” globalmente, num mercado “assimétrico e agressivo”, como o do petróleo. Também ajuda a gerar emprego e renda para brasileiros, apoia a indústria brasileira ao manter uma política de compras mínimas dentro do país.
Até 2015, a companhia vai investir US$ 224 bilhões, volume que, para José Sérgio Gabrielli, substituído por Graça Foster, a primeira mulher a presidir a Petrobras e a comandar uma gigante petroleira no mundo todo, tem “escala necessária para fazer prosperar a indústria nacional”.
Na avaliação de Dilma, a Petrobras conquistou, nos últimos nove anos (governos Lula e dela), um gigantismo que é difícil resumir em números.
“A Petrobras é poderosa em escala mundial e é estratégica dentro do Brasil”, afirmou Dilma. “Felizmente, sobreviveu a todos os ventos privatistas e persistiu como empresa brasileira, sob controle do povo brasileiro, e hoje exerce papel fundamental em nosso modelo de desenvolvimento.”
A referência de Dilma a “ventos privatistas” foi feita dias depois de governo e PT terem sido alvo de tentativa de desgaste político por adversários de PSDB e por alguns setores com um perfil mais à esquerda, por conta do leilão que transferiu três aeroportos federais à gestão privada.
Para os tucanos, houve privatização e foi bom que o PT tenha se rendido à tese. Para os setores descontentes da esquerda, houve privatização e foi ruim que o PT a tenha praticado.
Já governo e petistas rebatem que não houve privatização, pois os aeroportos serão administrados pelo Estado de novo quando a concessão ao setor privado terminar, daqui 20 anos a 30 anos.
Dizem ainda que o motivo do leilão foi diferente das privatizações da era FHC – não se quis enxugar o Estado, apenas contornar a falta de recursos para investir e os entraves burocráticos próprios da gestão pública à realização dos investimentos, que a Copa do Mundo de 2014 impõe que sejam ágeis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”