Guerrilheiro Virtual

domingo, 25 de março de 2012

Como Veja construía a imagem de Demóstenes

Luis Nassif,  Luis Nassif Online 
 
 

O senador Demóstenes Torres tornou-se dos mais influentes parlamentares da República exclusivamente graças à Veja. Seu poder de fogo consistia em criar reputações e, depois, ser acompanhada pelos jornalões que toparam ir a reboque dela.

Foi assim que transformou José Roberto Arruda no melhor administrador do país e Demóstenes no Mosqueteiro do Bem.

Aqui, a entrevista de Páginas Amarelas com ele e, na edição seguinte, os panegíricos da Carta dos Leitores.

Entrevista DEMÓSTENES TORRES - VEJA

GUSTAVO RIBEIRO

O combativo parlamentar diz que o Congresso age bovinamente, o TCU está sob fogos e os promotores cansados, situação que põe em risco o estado de direito no Brasil

Em seu segundo mandato de senador, Demóstenes Torres (DEM-GO) não nega o rótulo de direitista. ao contrário de muitos parlamentares. O ex-procurador de Justiça ganhou notoriedade pela contundência com que critica o avanço do Executivo sobre as prerrogativas do Congresso e pela defesa aberta de bandeiras consideradas conservadoras e impopulares. Com o mesmo vigor com que levanta a voz contra o governo. também combate a política de cotas raciais para o ingresso nas universidades e a expansão irrestrita de programas assistencialistas. como o Bolsa Família. Líder do DEM no Senado, Demóstenes defende a ideia de que a profunda crise pela qual passa o partido - com seu pior desempenho nas urnas, no ano passado, e a migração de parlamentares para o recém-criado PSD de seu ex-correligionário Gilberto Kassab - deve servir de gatilho para a afirmação da legenda como representante da parcela conservadora da sociedade.

O congresso tem sido palco de sucessivos escândalos. Ainda assim, não há iniciativas para eliminar as más práticas. Por quê?

Antes do mensalão, ainda havia certo pudor dos parlamentares em abrir investigações. quebrar sigilos e dar uma satisfação ao eleitor. Foram tantas as CPIs que o governo impediu que tivessem qualquer resultado prático que o Parlamento se acomodou e hoje é diretamente mandado pelo Poder Executivo. E não é só por causa do reduzido número de parlamentares na oposição. E porque realmente os congressistas não querem apurar a conduta de nenhum colega e não querem fiscalizar o governo. Vivemos um momento crítico, de total submissão. De um lado temos o Executivo mandando por meio de medidas provisórias, e de outro o Congresso sem cumprir sua obrigação, a ponto de a quase totalidade das leis aprovadas ter origem no Palácio do Planalto. No fim das contas. o Congresso se comporta bovinamente.

Se o Executivo menospreza o Congresso, não seria porque os próprios parlamentares se apequenaram?
Sem dúvida. Podemos mudar toda a Constituição, à exceção das cláusulas pétreas, e deveríamos mudar o rito das. MPs. O governo perdeu o pudor de editar MPs absurdamente inconstitucionais, sem urgência ou relevância e que, em uma mesma peça, abarcam vários temas sem nenhuma relação entre si. A MP se tornou a única forma de o Executivo se relacionar com o Parlamento.”
Entrevista Completa, ::Aqui::
 

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