Governo paulista compra tablets com defeito para polícia por R$ 25 milhões.
A Polícia Militar de São Paulo realizou a compra de 11.750 tablets para equipar as viaturas de patrulhamento. Entretanto os equipamentos, comprados por mais de R$ 25 milhões - mais de R$ 2 mil por tablet, já apresentam problemas sérios de funcionamento.
A informação foi apresentada em relatório produzido pelos próprios policiais enviado e à Assembleia Legislativa de São Paulo.
“Os policiais estão relatando extrema dificuldade de acesso e operação dos tablets. Não funcionam”, disse o deputado major Olímpio Gomes (PDT), membro da Comissão de Segurança da Assembleia. “Oficiais da área da tecnologia de informação da PM me informaram de que haveria sérios problemas de qualidade desses produtos, na origem e no processo licitatório”, ressaltou.
Os equipamentos seriam utilizados para registrar ocorrências, consultar documentos e placas de carros suspeitos. Para isso deveriam permanecer conectados à internet ininterruptamente.
“Meu comando pede que eu tente ‘logar’ o tablet a cada duas horas. Até hoje, só consegui duas vezes”, afirmou um policial em reportagem da “Folha de S. Paulo”.
Segundo a PM, os problemas não estão relacionados aos tablets, mas sim à operadora Vivo, que fornece a rede GSM para acesso a internet. Além de utilizar tecnologia GSM, anterior à 3G dos celulares, os tablets da PM “não conversam” bem com a rede da operadora Vivo, que fornece à corporação paulista os chips de conexão ao preço de R$ 30 mensais a unidade - um total aproximado de R$ 4,2 milhões por ano.
O uso dos tablets, apresentado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como peça fundamental para o combate ao crime no estado.
Os tablets foram comprados pela PM após uma licitação realizada em novembro de 2010. A empresa vencedora foi a Neel Brasil Tecnologia que forneceu cerca de 3000 aparelhos sem a devida homologação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
A empresa já havia vencido concorrência da Prefeitura de São Paulo para o fornecimento de GPSs à Guarda Civil. Os equipamentos também não possuíam a homologação obrigatória a todos emissores de radiofreqüência.
No Hora do Povo
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