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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Em 10 anos, 25% da carga transportada no país será feita por hidrovias


Diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, prevê crescimento no transporte hidroviário. Atualmente, o modal representa 13% da matriz de transportes no país.

O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, afirmou que em 10 anos, 25% das cargas transportadas no país serão feitas por hidrovias. Atualmente apenas 13% do total de cargas é feita pelo transpote fluvial. A informação foi dada no II Seminário Brasil-Bélgica, realizado hoje (2), em Brasília (DF).

Segundo o diretor, é inaceitável que 66% das cargas sejam transportadas em rodovias. “Precisamos mudar esse percentual e integrar todo o país”. Mais de 85% dos produtos produzidos na Zona Franca de Manaus – Amazonas, são enviados para os grandes centros urbanos por caminhões. “Estamos desenvolvendo junto com a Secretaria de Portos ações que incentivem a cabotagem no país e, consequentemente, descentralizem as cargas do transporte rodoviário”. Ele, também, citou o Porto de Santos como exemplo de estrangulamento na logística do Brasil. “O Porto de Santos recebe diariamente 15 mil caminhões com cargas provenientes de todo o país, o que representa 80% de todos os caminhões que circulam no país.”

Conforme o representante da Antaq, o governo tem desenvolvido muitas ações para fomentar o transporte fluvial no país. As matrizes do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT); o Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH), que identifica as produções econômicas relevantes nas regiões e os investimentos previstos; e o Plano Geral de Outorgas (PGO) das hidrovias, para mapear as principais bacias e transformá-las em eclusas.

Experiência Belga
Referência de transporte e logística em toda a Europa, a Bélgica possui uma malha hidroviária de 1,4 mil Km nos seus 30,5 quilômetros quadrados de extensão. O Porto de Atuérpia, talvez o mais importante do país, possui um cais de 150Km de extensão e uma malha ferroviária dentro do próprio porto de 1mil Km.

O embaixador da Bélgica, Claude Misson, afirmou que há séculos o país investe em vias hidroviárias. Nas últimas décadas, o país europeu se tornou um dos principais centros logísticos da Europa, principalmente por conta dos investimentos na navegação interior. “A indústria precisa do transporte aquaviário para se desenvolver”, disse.

O superintendente da Navegação Interior da Antaq, Adalberto Tokarsi, afirmou que é possível o país se espelhar na experiência da Bélgica com ações inteligentes, na elaboração de projetos que contemplem a construção de eclusas juntamente com as hidrelétricas e com soluções ambientalmente adequadas para garantir a navegabilidade dos rios.

“Hoje temos apenas 13mil km de vias, economicamente, navegáveis. O Brasil é o país que tem a maior estrutura para ampliar para a navegação interior, são 29 mil Km naturalmente disponíveis. Além do crescimento gradual do volume de cargas no transporte de hidrovias.”

Por Bruna Yunes
Foto: Divulgação

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