Guerrilheiro Virtual

segunda-feira, 30 de abril de 2012

“Vítimas” de arapongas eram os espiões do DF

 
Inquérito revela íntimo relacionamento entre o deputado Fernando Francischini (PSDB/PR) e o sargento Dadá; parlamentar tucano, que pediu a prisão de Agnelo Queiroz, em razão do escândalo da arapongagem, pretendia até trazer seu título de eleitor para o DF, onde concorreria ao Buriti
 
Não faltará assunto para a CPI da Arapongagem, instalada no Distrito Federal, para investigar um suposto Watergate que teria sido montado no Palácio do Buriti, por aliados do governador Agnelo Queiroz, para investigar políticos, empresários e jornalistas.
 
Na noite deste domingo, reportagem do 247 revelou que um dos supostos alvos da arapongagem, o vice-governador do Distrito Federal, o peemedebista Tadeu Filipelli, tramava contra o governador. E, segundo o inquérito, remunerava jornalistas, como Mino Pedrosa e Edson Sombra, para provocar o impeachment de Agnelo Queiroz. A mesada de Mino, segundo uma conversa gravada do sargento Idalberto Matias, o Dadá, seria de R$ 100 mil.
 
Agora, surgem fatos novos, ainda mais estarrecedores, que envolvem outra autointitulada vítima da arapongagem: o deputado Fernando Francischini (PSDB/PR). Em 16 de abril deste ano, quando Veja publicou a reportagem “Espiões vermelhos”, sobre o suposto núcleo de arapongagem no DF, Francischini anunciou que pediria a prisão do governador Agnelo Queiroz.
 
O que o inquérito revela, no entanto, é bem mais grave. Francischini, que é membro da CPI do Cachoeira, mantinha íntimo relacionamento com os espiões da quadrilha de Carlos Cachoeira – a mesma que, associada à construtora Delta, pretendia se infiltrar no Distrito Federal.
 
No anexo 7 do inquérito (leia mais aqui), há várias menções ao nome de Francischini – e todas elas, anteriores à publicação da reportagem de Veja sobre os “espiões vermelhos”.
 
No dia 31 de janeiro, Dadá faz referência a uma mensagem enviada por Francischini. Dadá se refere ainda a um contrato na Polícia Civil do Distrito Federal e a um encontro com o parlamentar tucano.
 
No dia 4 de fevereiro, Dadá telefona para o bicheiro Carlos Cachoeira e revela que vem sendo ajudado por Francischini. Diz até que o parlamentar tucano estaria trazendo seu título de eleitor do Paraná para o Distrito Federal, onde tentaria ser candidato a governador.
 
- Quem me falou foi um cara que tá ajudando a gente... é, montando um escritório aí, com aquele delegado Francischini, bancando pra fuder o governador... e o Francischini tá trazendo – é deputado federal que é delegado – tá trazendo o título dele para ser candidato a governador.
 
No dia 16 de abril, Veja publicou a reportagem sobre os espiões vermelhos. No dia 17, Francischini representou à procuradoria-geral da República, solicitando a prisão de Agnelo Queiroz alegando que o governador teria promovido uma devassa em sua vida. Só não contou que, três meses antes, reunia-se com o araponga Dadá, que espionava o Buriti.
 
Leia, abaixo, a reportagem “Espiões Vermelhos”, publicada por Veja em 16 de abril deste ano.
VEJA: 

Espiões vermelhos

16/04/2012
 
 

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