Na semana passada, no "Jornal da Globo", patrocinado pelo banco Itau, Willian Waack fez quase um editorial contra a pressão da presidenta Dilma para baixar os juros bancários, dizendo ser a opinião de um banqueiro mantido no anonimato. O argumento do lobista foi dizer que os juros são altos pela "lógica de mercado" relacionada à dívida pública.
Mas afinal que lógica é essa e que "mercado" é esse?
No Brasil existe uma coisa que chamam de "mercado", que vem definindo os juros da dívida pública que o governo tem que pagar.
"Mercado" no capitalismo clássico, é o conjunto de encontros de quem quer comprar com quem quer vender (idealmente ao acaso), de acordo com a lei da oferta e da procura.
Mas no caso da dívida brasileira, "mercado" é algo como uma dúzia dos maiores banqueiros privados que resolvem combinar a taxa de juros que aceitam receber para aplicar o dinheiro que controlam na dívida pública do governo.
A grosso modo, a coisa funciona assim:
O Brasil precisa rolar sua dívida, emitindo títulos novos, para cobrir títulos que estão vencendo, pelo menos em parte, senão teria que ir liquidando a dívida toda e não sobraria dinheiro para mais nada, nem para pagar salários, nem aposentadorias, nem para o SUS, nem para o PAC. Enfim, o Brasil pararia.
O Banco Central e o Tesouro Nacional oferecem os títulos com uma determinada taxa, em leilão público, equivalente a uma licitação.
Se a taxa for considerada baixa pelo "mercado" (o cartel dos banqueiros), o leilão fracassa. Daí o Banco Central e o Tesouro Nacional precisam oferecer taxas o "mercado" exige.
Quem compram estes títulos são os bancos, com o dinheiro que eles controlam, seja dos clientes que está aplicado em fundos de renda fixa, seja o dinheiro dos planos de aposentadoria complementar, seja de rentistas milionários, seja de fundos e investidores estrangeiros que trazem dinheiro para o Brasil em sofisticadas operações financeiras.
Se banco fosse empreiteira, esse chamado "mercado" que compra títulos em leilão, poderia ser confundido com formação de cartel para combinar licitação superfaturada.
O dinheiro dos fundos de renda fixa e de planos de aposentadoria complementar oferecidos pelos bancos é em grande parte aplicação de brasileiros de classe média.
Quando a maior massa deste dinheiro que rola a dívida fica na mão dos bancos privados, são eles que dão as cartas nos leilões, impondo as taxas de juros.
A solução vem com mais brasileiros transferindo suas contas bancárias para a Caixa e o Banco do Brasil.
Quanto mais dinheiro de fundos de renda fixa, ou aposentaria complementar, estiver nos bancos públicos, mais eles poderão participar dos leilões do Banco Central e do Tesouro, comprando títulos com juros menores, mais fiel à realidade de mercado mundial e não à imposição do cartel de banqueiros.
Por isso que é importante todos os brasileiros que sejam progressistas e nacionalistas, transferirem suas contas bancárias, suas poupanças, seus financiamentos, seus investimentos em fundos e aposentadoria complementar para bancos públicos, mesmo nos casos de pessoas que tem investimentos e não dívidas.
Alguém poderá perguntar: qual a vantagem para quem tem dinheiro aplicado se o objetivo final será reduzir a remuneração da aplicação?
A vantagem é ganhar na outra ponta. A maioria das pessoas de classe média, tem dinheiro aplicado para comprar um bem durável, um imóvel, dar entrada em algum negócio, ou como reserva para emergências. Quando os juros caem, a aquisição destes bens também torna-se mais barata, mais acessível, porque o custo financeiro embutido no preço dos produtos e dos empreendimentos também cai.
Se a aplicação rende menos, com o dinheiro que estará lá se conseguirá comprar mais.
Além disso, com juros menores para rolar a dívida, abre espaço no orçamento público para investimentos e aumento nos salários e aposentadorias, fazendo a roda da economia girar, gerando um ciclo de prosperidade para todos.
A não ser banqueiros e grandes rentistas que vivem de intermediar capitais, não há razão para se apegar a juros altos no Brasil, pois são tão enganosos como era a alta rentabilidade da poupança na época da hiperinflação.
Leia também:
- Que tal você mesmo reestatizar o BANESPA? Ou o BEMGE, BANERJ, BANEB, MERIDIONAL?
Mas afinal que lógica é essa e que "mercado" é esse?
No Brasil existe uma coisa que chamam de "mercado", que vem definindo os juros da dívida pública que o governo tem que pagar.
"Mercado" no capitalismo clássico, é o conjunto de encontros de quem quer comprar com quem quer vender (idealmente ao acaso), de acordo com a lei da oferta e da procura.
Mas no caso da dívida brasileira, "mercado" é algo como uma dúzia dos maiores banqueiros privados que resolvem combinar a taxa de juros que aceitam receber para aplicar o dinheiro que controlam na dívida pública do governo.
A grosso modo, a coisa funciona assim:
O Brasil precisa rolar sua dívida, emitindo títulos novos, para cobrir títulos que estão vencendo, pelo menos em parte, senão teria que ir liquidando a dívida toda e não sobraria dinheiro para mais nada, nem para pagar salários, nem aposentadorias, nem para o SUS, nem para o PAC. Enfim, o Brasil pararia.
O Banco Central e o Tesouro Nacional oferecem os títulos com uma determinada taxa, em leilão público, equivalente a uma licitação.
Se a taxa for considerada baixa pelo "mercado" (o cartel dos banqueiros), o leilão fracassa. Daí o Banco Central e o Tesouro Nacional precisam oferecer taxas o "mercado" exige.
Quem compram estes títulos são os bancos, com o dinheiro que eles controlam, seja dos clientes que está aplicado em fundos de renda fixa, seja o dinheiro dos planos de aposentadoria complementar, seja de rentistas milionários, seja de fundos e investidores estrangeiros que trazem dinheiro para o Brasil em sofisticadas operações financeiras.
Se banco fosse empreiteira, esse chamado "mercado" que compra títulos em leilão, poderia ser confundido com formação de cartel para combinar licitação superfaturada.
O dinheiro dos fundos de renda fixa e de planos de aposentadoria complementar oferecidos pelos bancos é em grande parte aplicação de brasileiros de classe média.
Quando a maior massa deste dinheiro que rola a dívida fica na mão dos bancos privados, são eles que dão as cartas nos leilões, impondo as taxas de juros.
A solução vem com mais brasileiros transferindo suas contas bancárias para a Caixa e o Banco do Brasil.
Quanto mais dinheiro de fundos de renda fixa, ou aposentaria complementar, estiver nos bancos públicos, mais eles poderão participar dos leilões do Banco Central e do Tesouro, comprando títulos com juros menores, mais fiel à realidade de mercado mundial e não à imposição do cartel de banqueiros.
Por isso que é importante todos os brasileiros que sejam progressistas e nacionalistas, transferirem suas contas bancárias, suas poupanças, seus financiamentos, seus investimentos em fundos e aposentadoria complementar para bancos públicos, mesmo nos casos de pessoas que tem investimentos e não dívidas.
Alguém poderá perguntar: qual a vantagem para quem tem dinheiro aplicado se o objetivo final será reduzir a remuneração da aplicação?
A vantagem é ganhar na outra ponta. A maioria das pessoas de classe média, tem dinheiro aplicado para comprar um bem durável, um imóvel, dar entrada em algum negócio, ou como reserva para emergências. Quando os juros caem, a aquisição destes bens também torna-se mais barata, mais acessível, porque o custo financeiro embutido no preço dos produtos e dos empreendimentos também cai.
Se a aplicação rende menos, com o dinheiro que estará lá se conseguirá comprar mais.
Além disso, com juros menores para rolar a dívida, abre espaço no orçamento público para investimentos e aumento nos salários e aposentadorias, fazendo a roda da economia girar, gerando um ciclo de prosperidade para todos.
A não ser banqueiros e grandes rentistas que vivem de intermediar capitais, não há razão para se apegar a juros altos no Brasil, pois são tão enganosos como era a alta rentabilidade da poupança na época da hiperinflação.
Leia também:
- Que tal você mesmo reestatizar o BANESPA? Ou o BEMGE, BANERJ, BANEB, MERIDIONAL?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”