Foto: Edição/247
Tanto Alckmin quanto Kassab começam a desembarcar da candidatura de José Serra à prefeitura de São Paulo; processo é semelhante ao que ocorreu com o mineiro Cristiano Machado, que, em 1950, foi abandonado pelo PSD (qualquer semelhança com a realidade não é coincidência) à própria sorte
Berço das velhas raposas mineiras, o PSD foi o partido que inspirou o
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a criar sua própria sigla. Um
“partido-ônibus”, que teve um extraordinário sucesso ao atrair todos os
políticos que estavam apenas aguardando uma chance para embarcar na nau
governista. Uma espécie de político de alma mineira em São Paulo, Kassab
pode ser “lulista”, “dilmista”, “haddadista”, “serrista” ou até
“russomanista” nos processos eleitorais. E já tem enviado os primeiros
sinais a Celso Russomano, indicando que poderia compor com ele, numa
eventual vitória do candidato do PRB.
Traições na política são processos naturais e a mais famosa delas
envolveu o velho PSD – não o de Kassab, mas o de Juscelino Kubitschek.
Em 1950, os pessedistas lançaram o mineiro Cristiano Machado à
presidência da República, contra o imbatível Getúlio Vargas. Quando
ficou claro que a volta de Vargas ao poder era inevitável, até os
diretórios do PSD passaram a trabalhar em prol do caudilho gaúcho,
abandonando Cristiano Machado à própria sorte. A partir de então,
“cristianização” passou a ser sinônimo de traição na política.
No caso de Serra, o processo parte, sobretudo, do seu próprio
partido, o PSDB, onde já há até um diretório, o do bairro do Jabaquara,
fazendo campanha para Gabriel Chalita, candidato dos sonhos do
governador Geraldo Alckmin. Neste fim de semana, Alckmin enviou uma
carta ao Painel da Folha de S. Paulo informando que desautoriza o uso de
suas imagens pela campanha de Chalita em São Paulo. Mais pro forma impossível. E há até tucanos ligados a Alckmin, como José Aníbal, criticando abertamente a campanha de Serra.
Com uma rejeição de 38% na capital paulista, especialmente entre os
jovens, o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo radicalizou as
posições do PSDB, empurrou o partido social-democrata mais à direita e
está sendo abandonado pelos próprios companheiros. No PSDB, sabe-se que,
enquanto Serra for a voz principal, o partido não será uma alternativa
real de poder.
Na semana que passou, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
lançou o projeto “Aécio 2014”. Alckmin também se colocou como
alternativa e lembrou ainda dos nomes de Beto Richa e Antonio Anastasia.
Serra pode estar disputando agora em outubro sua última eleição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”