Seja com um novo triângulo estratégico (Santa Cruz, Cochabamba e
Tarija) ou junto ao Paraguai e ao Centro-Oeste do Brasil, a Bolívia tem
uma função crucial no processo de integração, como a grande “área de
soldadura”. Segundo Padula, esses espaços mediterrâneos, situados no
coração continental, “ao mesmo tempo em que sofrem com o confinamento do
interior, lhes aufere enorme potencial para exercer o papel de
plataforma de interligação do comércio regional e bioceânico”.
O objetivo deste artigo é realizar uma breve análise sobre a importância
geopolítica da Bolívia no cenário da América do Sul, a partir da ótica
de destacados pensadores de diferentes nacionalidades. Inicialmente será
apresentada uma visão geral do conceito de Heartland, desenvolvido no
início do século passado pelo geógrafo inglês Halford Mackinder. A
seguir, serão apresentadas as contribuições de autores como o brasileiro
Mario Travassos, o estadunidense Lewis Tambs e os bolivianos Jaime
Mendoza, Alipio Valencia Vega, Alberto Ostria Gutierrez, Guillermo
Francovich e Valentin Abecia Baldivieso, entre outros. Por fim, é
sugerida uma releitura do papel da Bolívia no atual processo de
integração regional, frente à recente diversificação das atividades
econômicas, ao fortalecimento de novas cidades e à aplicação da
iniciativa para a Integração de Infraestrutura Sul-Americana (IIRSA).
1. Heartland de Mackinder
Em 1904, o geógrafo inglês Halford Mackinder apresentou para a Real Sociedade Geográfica de Londres o seu artigo The Geographical Pivot of History.
No reconhecido trabalho estava presente a sua teoria sobre a “área
pivô”. Em 1919, reapresentou a elaboração com o nome de Heartland
(Mello, 1999, p.45). Segundo a sua interpretação, o mundo estaria
dividido em três zonas: o Grande Oceano (que abrange três quartos do
planeta), a Ilha Mundial (Europa, Ásia e África) e as ilhas-continentes
menores (Austrália e Américas).
A grande área continental, cujo centro estava afastado dos mares, tinha
características geográficas de uma fortaleza natural rodeada por grandes
acidentes geográficos, como rios, desertos, geleiras, planaltos e
cadeias montanhosas. Além disso, essa região oferecia a possibilidade de
fácil projeção em diversas direções. Tinha poder de articulação
territorial e estava posicionada no centro de uma grande massa
continental (Pfrimer e Roseira, 2009, p.5). De acordo com Oliveira e
Garcia (2010), o conceito de Heartland
Foi desenvolvido para categorizar uma vasta região no “coração da Eurásia”, o maior de todos os continentes da Terra, ou “Ilha-Mundo”... O Heartland foi definido originalmente como um vasto território, com amplo potencial para a agricultura, pecuária, extrativismo ou assentamento de grupos humanos. Rica em recursos naturais de toda sorte, além de terras férteis ou potencialmente agricultáveis, reservas de recursos hídricos, planícies, estepes e florestas, a zona “pivô” da Eurásia incluía, em suas definições originais, a ideia de rios caudalosos, enormes jazidas de recursos minerais, do ferro e manganês ao fósforo e o potássio, enormes reservas de recursos energéticos como carvão mineral e petróleo [1].
No início do século passado existia, naturalmente, uma forte influência
das teorias geopolíticas da Europa e dos Estados Unidos nos meios
militares sul-americanos. Foram exatamente autores relacionados com a
área militar que se dedicaram a estudar a geopolítica da região. No caso
específico de nosso trabalho, o mais relevante a destacar é que cerca
de vinte anos depois da formulação de Mackinder o conceito de Heartland
passou a ser utilizado também nas análises sobre o território da América
do Sul [2] . A principal contribuição neste sentido foi o trabalho
desenvolvido por Travassos (1935), depois reinterpretado por Tambs
(1965). Couto e Silva (1955) e Pinochet (1968) continuaram utilizando os
referenciais teóricos existentes, mas aproveitaram-se das contribuições
atualizadas pelo geógrafo e geo-estrategista holandês Nicholas Spykman
[3]. Os cinco pensadores bolivianos utilizados também agregaram pouco
valor teórico à proposta original de Travassos, ainda que representem a
visão própria de um país que perdeu quase dois terços do seu território
em cinqüenta anos, entre 1883 e 1935.
2. “Antagonismos geográficos” e “Triangulo estratégico” de Travassos
A primeira edição do livro de Mario Travassos, de 1930, se chamava
“Aspectos Geográficos Sul-Americanos”. Em 1935, o trabalho foi novamente
publicado com o nome muito mais audaz de “Projeção Continental do
Brasil”. De acordo com a interpretação deste autor, exatamente no
território da Bolívia ocorria uma série de “antagonismos geográficos com
resultantes geopolíticas” [4] relacionados com a sua localização em
relação aos três grandes acidentes geológicos da América do Sul: a
Cordilheira dos Andes, que divide o continente a leste e a oeste, e as
bacias dos rios Amazonas e do Prata, que condicionam uma divisão
norte-sul.
De acordo com essa visão, é no território boliviano, na região que entre
1559 e 1825 foi conhecida como “Audiência de Charcas”, que se unem as
“vertentes” do Oceano Pacífico e do Oceano Atlântico e que se tocam as
duas principais bacias hidrográficas da região (Filho, 2004, p.10). A
Bolívia seria, portanto, o único país da América do Sul a ocupar
simultaneamente ou exercer projeção sobre todos esses quatro espaços. As
tensões sobre o território boliviano estavam concentradas na área
situada entre as cidades de Santa Cruz de La Sierra, Cochabamba e Sucre.
Existia entre essas cidades um “triângulo estratégico”, que incluía as
importantes cidades mineradoras de Oruro e Potosí. Justamente nesta
zona, de acordo com Travassos, se confrontavam abertamente os interesses
do Brasil (“influências amazônicas”) e da Argentina (“influências
platinas”) pela supremacia geopolítica do sub-continente. Pfrimer e
Roseira (2009, p.6) lembram que, para o militar brasileiro, “a chave
desses problemas se encontra no triângulo econômico, verdadeiro signo da
riqueza boliviana” [5].
Travassos identifica a influência da Argentina, detentora da
desembocadura do rio da Prata, como uma ameaça sobre a Bolívia. Desde
alguns anos antes, o país vinha criando vias férreas de comunicação com o
Oceano Pacífico no sentido leste-oeste (desde Buenos Aires até Santiago
do Chile) e no sentido sul-norte (desde Buenos Aires até La Paz e o
porto de Arica) [6]. Segundo o autor, a estratégia argentina de
estabelecer essas linhas verticais sobre o mapa sul-americano
confrontava claramente com a projeção brasileira de criar caminhos no
sentido do oeste, buscando permanentemente uma saída para o oceano
Pacífico.
Para Leonel Itaussu Almeida Mello (1997), Travassos propunha que o
Brasil lançasse mão de uma contundente política de comunicações que
garantisse a unidade territorial e, ao mesmo tempo, assegurasse a
projeção brasileira para a América do Sul. Durante o primeiro governo de
Getúlio Vargas iniciou-se a construção da linha entre Corumbá e Santa
Cruz de la Sierra, visando exatamente ampliar a presença do Brasil na
porção oriental do território boliviano. Naquele momento, ainda não
existia a atual conexão argentina entre Buenos Aires e Santa Cruz de la
Sierra [7].
Vale comentar que Mackinder a usou a ideia de Heartland para falar de
uma área mediterrânea central que daria ao Estado que a domina
capacidade de mobilidade e projeção em todas as direções da Eurásia. Ao
mesmo tempo era uma fortaleza natural. O caso da Bolívia é similar. Uma
área mediterrânea central que pode ser considerada uma fortaleza
natural; um altiplano entre duas cordilheiras É uma plataforma de
projeção para todas as direções e, ao mesmo tempo, está sujeita a sofrer
ameaças desde todas as direções. A grande boliviana questão é a não
utilização destas potencialidades pelo Estado.
3. “Heartland Sul-Americano” de Tambs
Pfrimer e Roseira (2009, p.7) argumentam que “em momento algum”
Travassos se referiu à idéia de Heartland ou Pivô Geográfico da História
tal como havia feito Mackinder [8]. Consideram que a responsabilidade
pela “reconceitualização dos postulados de Travassos em direção do
conceito de Heartland foi proposto pelo professor de História do Brasil
na Universidade de Creighton, Lewis Tambs”. Este, não Travassos, teria
adaptado a ideia de Mackinder para a situação da América do Sul. Assim,
para o estadunidense, “quem controla Santa Cruz comanda Charcas. Quem
controla Charcas comanda o Heartland. Quem controla o Heartland comanda a
América do Sul” (Citado em Gumucio & Weise, 1978) [9].
Nota-se que há um limite para a utilização do termo Heartland no caso da
América do Sul. Em nossa interpretação a validade do conceito se
restringe a sugerir semelhanças gerais, que perdem sentido quando se
busca generalizá-lo amplamente. Uma das grandes características que
marca o Heartland sul-americano é a visível ausência de um poder
integrador político, econômico e bélico. O Estado boliviano não assumiu
esse caráter.
Antes da Guerra do Chaco (1932-1935), as elites governantes da Bolívia
fizeram poucos movimentos no sentido de construir vias para integrar o
território nacional, consolidar as fronteiras e ocupar as vastas áreas
do oriente, consideradas “baldias”. Depois da Revolução Nacionalista de
1952, os planos de “marcha para o leste” ganharam amplo apoio, com a
construção de infra-estrutura de transportes e serviços. O projeto
buscava ativar uma linha de pólos de desenvolvimento, do altiplano,
passando pelos vales e chegando aos llanos de Santa Cruz, promovendo a
integração nacional (Pfrimer e Roseira, 2009, p.10). Em 1954, o governo
de La Paz construiu uma rodovia entre Cochabamba e Santa Cruz de la
Sierra.
Naquele momento a Argentina e o Brasil já estavam unidos à cidade pelas
linhas de trem desde Buenos Aires e Santos (Del Bosco, 2006, p.4). O
geopolítico boliviano Alipio Valencia Vega (2011, p.255) afirma que
La vastedad territorial de Bolivia, abarcando cuatro regiones tan distintas entre sí y, sobre todo, separadas de otras por accidentes geográficos poderosos, sólo podría mantenerse a condición de que la acción humana de los escasos pobladores de dicho territorio se orientara prácticamente y sin descanso, desde el primer día de la independencia, al aprovechamiento efectivo de los principales recursos económicos de esas regiones y a la superación de los obstáculos geográficos, mediante la apertura de vías de penetración de unas regiones sobre otras. Si no se operaba esta acción, los centros nerviosos del país siempre estarían sumamente lejanos de la periferia de las fronteras, las cuales podían ser seccionadas fácilmente por los vecinos, en cuanto fuesen algo más poderosos y se aproximasen en su acción, desde sus costas hasta su propio interior.
Veremos a seguir como, anos mais tarde, alguns autores expandiram os
“limites originais” do Heartland sul-americano como fruto das
descobertas de maiores riquezas [10]. A área passou a incluir o norte
argentino, o Paraguai e o centro-oeste brasileiro. Foi o caso dos
militares Couto e Silva (1955) e Pinochet (1978), ambos fortemente
influenciados pela Doutrina de Segurança Nacional contra o “inimigo
vermelho”. O Heartland sul-americano ampliado, riquíssimo em rios, gás
natural, petróleo, minérios e terras férteis passou a ser também
identificado como estratégico para a segurança regional e vital para o
processo de integração sul-americana.
Em 1981, o general brasileiro Golbery do Couto e Silva apresentou a
ideia de que na configuração geopolítica da América do Sul existiam
cinco áreas continentais. No caso de nosso estudo, o mais pertinente é
fazer referência à “Área Geopolítica Continental de Soldadura”,
integrada pelo Paraguai, a Bolívia e os estados brasileiros de Mato
Grosso e Rondônia (Freitas, 2004, p.49-50). É interessante destacar que
dez anos antes, em 1946, no livro “Una obra y un destino”, o boliviano
Alberto Ostria Gutierrez já havia falado em termos muito parecidos e
inclusive utilizado a expressão “soldadura” [11].
Outro destacado pensador boliviano, Jaime Mendoza realizou trabalhos que
resgataram a identidade nacional e enalteceram a nacionalidade. Seu
livro “El macizo boliviano”, de 1935, teve grande influência ao
desenvolver ideias nativistas que relacionavam o território retalhado
com a fortaleza cultural do país. O intelectual descreveu o maciço desta
maneira:
Hemos llamado Macizo de Charcas y por extensión Macizo Boliviano, a esa formidable expansión geográfica de los Andes sudamericanos que se halla en la parte céntrica de su recorrido de más de cuatro mil kilómetros por las costas del Pacífico. De ella dijimos que constituye el eslabón más grueso y pujante de cuantos integran la cadena andina, dilatándose al oriente hacia el corazón de Sudamérica, cual si quiera darse de mano con el macizo del Brasil.
O general Pinochet (1978), bastante influenciado pelas ideias de Golbery, descreve a região da seguinte maneira:
Pela sua situação relativa na América do Sul não tem função isoladora, mas, ao contrário, de atração, articulação e soldadura entre os países que a rodeiam. Pela sua configuração, poderia ser comparada a um gigantesco imã que une as peças do conjunto e que se deixasse de atuar desmoronaria desarticulando-se [12].
4. Três conflitos, três derrotas
Os três conflitos bélicos enfrentados pela Bolívia resultaram em
significativas perdas territoriais. No momento de sua criação, em 1825, o
país tinha um território três vezes maior que os atuais 1,09 milhão de
quilômetros quadrados. A situação foi totalmente alterada pela Guerra do
Pacífico contra o Chile, a Questão do Acre contra o Brasil e a Guerra
do Chaco contra o Paraguai. Ainda que a interpretação das razões e do
desenrolar desses choques armados seja bastante complexa, podemos
apontar dois fatores como os determinantes: a desatenção do Estado
boliviano com as fronteiras distantes das principais cidades e a
participação de empresas estrangeiras no centro dos embates [13].
Na Guerra do Pacífico (1879-1883), a Bolívia perdeu a sua única saída
para o mar. Em 1825, com a independência boliviana, as autoridades
chilenas haviam reconhecido (aceitado) os limites entre os dois países.
No entanto, por volta de 1830 surgiu um novo elemento como detonador do
conflito: as descobertas no litoral da Bolívia de imensas reservas de
guano, nome dado às fezes de aves e morcegos acumuladas sobre as pedras.
Devido aos grandes conteúdos de nitrogênio, fosfatos e amoníaco, o
material era amplamente utilizado como fertilizante no empobrecido solo
da Europa. O surgimento da química agrícola e a maior intervenção sobre
as terras pobres alavancaram os preços internacionais dos fertilizantes.
Posteriormente também foram identificadas na região imensas
concentrações de salitre, outro tipo de adubo. A partir de então, as
províncias de Tarapacá e Antofagasta e o deserto de Atacama ganharam
relevância. Centenas de quilômetros de ferrovias passaram a conectar os
portos bolivianos, de Antofagasta, com a cidade de Oruro, passando por
Uyuni, no departamento de Potosí.
Os autores bolivianos analisados associam o estouro da guerra com os
movimentos de empresas anglo-chilenas para apoderar-se de uma área rica,
despovoada e praticamente abandonada pelo Estado boliviano. Por outro
lado, alguns documentos chilenos, como o de Liberona (2002), atribuem o
conflito ao fato do país discordar dos limites territoriais determinados
de forma “arbitrária” pelo marechal Antonio José de Sucre, em 1825. O
citado autor faz referência à ordem expressa de Simón Bolívar para
Sucre: “dar un puerto para Bolivia a cualquier costo” [14].
A Questão do Acre (1902-1903) também é bastante intricada. De acordo com
o general brasileiro Carlos de Meira Mattos (1980), os antecedentes do
conflito estão presentes nas contendas sobre a navegabilidade nos rios
fronteiriços entre o Brasil e a Bolívia. Desde 1826, os sucessivos
governos brasileiros rechaçaram inúmeras propostas apresentadas por
bolivianos e estadunidenses para autorizar a navegação de embarcações
estrangeiras em águas interiores do território brasileiro.
Na prática, entretanto, a eclosão do enfrentamento coincidiu com o surto
da borracha. O foco estava nas seringueiras, de cujo látex se produzia a
borracha cada vez mais utilizada pela nascente indústria
automobilística dos Estados Unidos e da Europa. Incapaz de defender as
suas remotas províncias do nordeste, a Bolívia optou, com o apoio do
governo dos Estados Unidos, por transferir o controle da região ao
Anglo-Bolivian Syndicate de Nova Iorque. O “Sindicato” assumiu o
controle efetivo sobre o Acre, com o monopólio de exploração da borracha
na área e amplos poderes para administrar, arrecadar impostos e
organizar polícias. A empresa tinha como principal executivo um primo do
presidente estadunidense Theodore Roosevelt e como um dos maiores
acionistas o banqueiro inglês Rothschild.
As tensões com o governo brasileiro foram crescentes até a assinatura do
Tratado de Petrópolis, em 1903, no qual a Bolívia abriu mão do
território do Acre. Como contrapartida, o Brasil ofereceu dois milhões
de libras esterlinas e a proposta de construir a ferrovia
Madeira-Mamoré, que possibilitaria uma saída boliviana pelo oceano
Atlântico via Belém do Pará (Reyes, 2010, p.61-62).
Desde os tempos coloniais, a região do Chaco sempre recebeu pouca
atenção e era caracterizada por imprecisões na demarcação das
fronteiras. A Guerra do Chaco (1932-1935) colocou frente a frente os
dois países mais pobres da América do Sul, que lutaram de forma cruel
por uma porção de terra inóspita, seca, arenosa e despovoada. Alguns
autores, como Chiavenato (1980), relacionam o conflito com as
descobertas de jazidas de petróleo no Chaco, por volta dos anos 1920.
Como na Bolívia as explorações eram feitas pela estadunidense Standard
Oil, enquanto no Paraguai os trabalhos estavam a cargo da inglesa Shell,
a guerra seria resultado dos interesses dessas petrolíferas.
No entanto, outros autores, como Gumucio (1978), interpretam que o
enfrentamento teve suas origens em motivos mais estruturais. É
necessário tomar em conta a conjuntura de crise dos anos 1930, a queda
das exportações bolivianas de estanho e a sublevação que tomou conta do
país. Além disso, para a Bolívia, depois de perder a saída para o
Pacífico, a relevância do Chaco estava na possibilidade garantir uma
saída para o Atlântico pela via dos rios Paraguai e da Prata. Em poucos
dias, a tentativa boliviana de obter rapidamente o controle de portos no
Rio Paraguai se transformou em uma terrível empreitada.
Gutierrez (1946) considera que com o término da Guerra do Chaco
fechou-se para a Bolívia uma etapa da vida nacional. Acabou-se o
processo de configuração territorial e foram estabelecidos os limites
internacionais do país. De acordo com o autor, “estaban terminados los
pleitos fronterizos con todos los vecinos, bien o mal, justa o
injustamente, por la razón o por la fuerza, habían sido trazadas todas
sus fronteras y suscritos los convenios respectivos” [15].
5. O “triângulo estratégico” hoje
As medidas promovidas pelo Estado boliviano depois da Guerra do Chaco
tiveram impacto visível sobre o ordenamento territorial do país. A nova
rede de caminhos e estradas possibilitou a migração e estimulou o
surgimento de novas cidades. Além disso, pode-se afirmar que um dos
principais resultados da “competição” brasileira e argentina pelo
controle de Charcas foi o progressivo fortalecimento do oriente
boliviano, através de investimentos, estímulos financeiros, construção
de infraestrutura e estabelecimento de uma maior oferta de serviços
públicos. O triângulo estratégico proposto por Travassos foi alterado
[16].
Santa Cruz de la Sierra, de pequena vila jesuítica estabelecida em 1561
ao pé da cordilheira de Cochabamba, transformou-se rapidamente em um
importante centro de articulação continental e em motor econômico da
Bolívia [17]. Graças à intensa integração com o Brasil em diversos
setores, como o agrícola e o energético, a zona já é interpretada como
uma macro-região associada ao estado de Mato Grosso. Santa Cruz e o
oriente boliviano contam com os privilégios de localização disponíveis
ao Heartland.
A região tem relações tanto com o Pacífico como com o Atlântico,
potencializadas pelos projetos da iniciativa para a Integração da
Infraestrutura Sul-Americana (IIRSA) [18]. Somente na Bolívia, são 53
obras de infraestrutura em marcha, como ferrovias, hidrovias, rodovias,
sistemas intermodais, energia e fibra ótica [19].
A tendência é que ganhe força uma visão global de planejamento e
organização para a integração regional sob critérios políticos e
estratégicos, e não mais pelo simples estímulo do mercado ou das
empresas privadas. A integração de infraestrutura, agora dirigida pela
UNASUL, poderia articular a integração física com os esforços de ampliar
o comércio intra-regional e de expandir a complementação das cadeias
produtivas.
Neste novo contexto, e somado à possibilidade de ingresso do país ao
Mercosul nos próximos anos, a importância do território boliviano só
tende a aumentar. Seja com um novo triângulo estratégico (Santa Cruz,
Cochabamba e Tarija) ou junto ao Paraguai e ao Centro-Oeste do Brasil, a
Bolívia continuará tendo uma função crucial neste processo, como a
grande “área de soldadura”. De acordo com Padula (2011), esses espaços
mediterrâneos, situados no coração continental sul-americano, “ao mesmo
tempo em que sofrem com o confinamento do interior, sua posição lhes
aufere enorme potencial para exercer o papel de plataforma de
interligação do comércio regional e bioceânico”.
Notas
Luciano Wexell Severo,
Economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), Mestre e Doutorando em Economia Política Internacional pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor visitante da
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Agradeço os
valiosos comentários do colega e professor Raphael Padula, da UFRJ.
Artigo publicado no Seminário de Pós-Graduação da Associação
Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), realizado nos dias 12 e 13
de julho de 2012, em Brasília.
[1] José Luis Fiori (2011) considera que “Mackinder formulou um novo
princípio e uma nova teoria geopolítica, que marcaram a política externa
inglesa do século XX. ‘Quem controla o coração do mundo comanda a ilha
do mundo, e quem controla a ilha do mundo comanda o mundo’. A ‘ilha do
mundo’ seria o continente eurasiano, e o seu ‘coração’ estaria situado –
mais ou menos – entre o Mar Báltico e o Mar Negro, e entre Berlim e
Moscou”.
[2] De acordo com os bolivianos Baldivieso (1986, p.44) e Francovich
(1985, p.96), já no início do século XX, o cientista alemão Alexander
Von Humboldt referiu-se ao atual território da Bolívia como “Maciço
central dos Andes”, “Peru interno” e “promontório da América do Sul”.
[3] Segundo Fiori (2007), Spykman “partiu das idéias de Halford
Mackinder, mas modificou sua tese central. Para Spykman, quem tem o
poder mundial não é quem controla diretamente o ‘coração do mundo’, mas
quem é capaz de cercá-lo, como os Estados Unidos fizeram durante toda a
Guerra Fria e seguem fazendo até os nossos dias”. O Heartland perde
importância frente ao rimland.
[4] Segundo Baldivieso (1986, p.48), o antagonismo proposto por
Travassos “podría decirse que estaba insatisfecho y que había conformado
un país vacilante en su triple rol sobre la hoyas amazónica, del Plata y
del Pacífico, pero en ninguna de ellas gravitó con la fuerza necesaria
para definir sus destinos como nación de estructuras centrípetas. Los
internacionalistas y geopolíticos bolivianos, insistentemente, anotan su
indudable rol en los tres caminos continentales, pero ocultan, muy
comprensiblemente, su debilidad e invertebración que hizo de ella un
país vacilante”.
[5] Vale apontar para o interessante fato de Ernesto Che Guevara ter
decidido iniciar a sua guerrilha exatamente no meio do “triângulo
estratégico”, mesmo contra as orientações do Estado cubano. O argentino
insistia que desde a localidade de Vallegrande seria possível projetar a
luta armada para os demais países da região. Em 1967, foi capturado e
morto por Rangers estadunidenses e pelo exército boliviano.
[6] Também foi criado acesso para Assunção, estabelecendo contato com as capitais de três importantes países.
[7] Pfrimer e Roseira (2009, p.11) apontam que “Por pressão argentina
e pelas dificuldades de se romper os contrafortes andinos entre
Cochabamba e Santa Cruz, construiu-se um ramal ligando Santa Cruz até o
departamento de Tarija e daí até o norte argentino. Assim a malha
ferroviária oriental boliviana se integra, ainda hoje, à ocidental
apenas em território argentino”. Ou seja, até os dias atuais não existe
um ramal entre Santa Cruz e Cochabamba.
[8] Afirmam que “talvez a única passagem que tenha sido mal
interpretada posteriormente é aquela em que o marechal brasileiro
afirmava a força coordenadora do Brasil em direção longitudinal no
território sul-americano: ‘Em primeiro lugar, as grandes linhas de massa
continental - as cumiadas dos Andes dividindo-a em duas vertentes, a
vertente de leste trabalha pelos compartimentos de duas imensas bacias –
a do Amazonas e a do Prata. Em seguida, o fato dessas duas bacias se
encontrarem em uma sorte de pivot, emergindo das formações da
Cordilheira – o planalto boliviano – a partir do qual os caudais
daquelas bacias se colocam verdadeiramente em antagonismos’. O uso da
palavra pivot deve ser interpretada no contexto do parágrafo e do livro,
nesse sentido ela não faz referência ao Pivô Geográfico da História de
Mackinder, mas sim ao fato do planalto boliviano se constituir numa área
de ligação entre a Bacia do Prata e Amazônica”.
[9] Tambs afirma que “a história mostrou a importância dessa região
durante os impérios pré-colombianos Aymara e Inca e mais tarde durante a
colonização espanhola, quando o altiplano e Charcas eram centros de
poder. O Alto Peru permaneceu o centro nervoso do poder espanhol na
América do Sul até o final do Império espanhol... O rimland
sul-americano cercou Charcas. Sob a falta de liderança boliviana, o
Heartland não teria mais força para agir e foi coagido. Vista como a
luta pelo Heartland de Charcas, a história sul-americana dos séculos XIX
e XX se torna inteligível (Idem, 1978). O autor utiliza o conceito de
rimland, de Spykman, de 1942.
[10] Com o objetivo de definir uma abrangência física ao conceito de
Heartland sul-americano, Oliveira e Garcia (2010, p.10) elaboraram um
mapa azimutal equidistante centrado na fronteira entre o Brasil e a
Bolívia. A figura mostra as principais cidades sul-americanas com mais
de 500 mil habitantes. A partir do ponto central, em um raio de 2300
quilômetros se encontram as principais cidades do Cone Sul e dentro de
um raio de 3100 quilômetros estão todas as maiores cidades da América do
Sul.
[11] Segundo este autor, “situada en el centro de la América
Meridional, cabecera de los tres grandes sistemas hidrográficos –
Amazonas, Plata y Pacífico – nexo entre dos océanos, limítrofe de cinco
naciones, obligado paso de norte a sur y de este a oeste, la geografía
impone a Bolivia, no una función aisladora y de aislamiento, sino de
atracción, de articulación, de unión, de soldadura entre los países que
le rodean”.
[12] Pinochet concebe o Estado como um “organismo formado por
Territorio o espacio, Población o masa humana y Soberanía. Estos
adquieren una constitución semejante a una ameba en el que se
distinguen: las fronteras o capa envolvente cuya resistencia está de
acuerdo con el grado de potencialidad del núcleo vital, el ‘Heartland’,
las comunicaciones y el Ciclo vital del Estado, que está demostrado por
la historia de la humanidad en el transcurso de los siglos: nacer,
desarrollarse y morir”.
[13] Reyes (2010) apresenta uma análise atual e detalhada dos três conflitos.
[14] “Tarapacá foi cedida em caráter definitivo ao Chile, que ainda
recebeu a posse temporária de Tacna e Arica – acerca das quais
desenvolveu-se uma longa disputa diplomática que somente veio a ser
resolvida em 1929. Os últimos soldados chilenos deixaram o Peru em
agosto de 1884. O armistício com a Bolívia (abril de 1884) permitiu ao
Chile continuar no controle do Atacama até a negociação de um acordo de
paz definitivo, que somente se materializou em 1904” (Collier, citado em
Reyes, 2010, p.56). Até os dias atuais a Bolívia move judicialmente
demandas para retomada de sua saída para o mar, mantendo a sua pequena
frota estacionada no Lago Titicaca.
[15] Vega (2011, p.257) considera que “Las mayores pérdidas
territoriales de Bolivia no fueron realizadas por la vía diplomática,
sino que fueron consecuencias de diversas guerras o ‘revoluciones’
sostenidas con los países vecinos. Diplomáticamente se perdieron parte
del territorio del Litoral [no el propio litoral, sino un pedazo de la
provincia del Litoral] cedido a Chile en 1866 y los territorios cedidos a
Brasil en el norte y el oriente en 1867, también más tarde el
territorio de Bermejo y la Puna de Atacama cedidos a Argentina por el
tratado de 1889. Igualmente, la zona de Tambopata al Perú en 1909. Todos
los demás territorios, o sea el Litoral sobre el Océano Pacífico, el
Acre y el Chaco fueron perdidos como consecuencia de guerras que sostuvo
Bolivia con los países vecinos: Chile, el Brasil y el Paraguay. En el
fondo de estas guerras que aparecen en sus causas como esencialmente
políticas, hay una influencia económica poderosa. Se producen esos
conflictos armados por la codicia de la riquezas naturales existentes en
los territorios disputados por las armas; riquezas naturales que son
materias primas altamente apreciadas en los mercados del mundo”.
[16] Del Bosco (2006, p.6), fazendo referência a Travassos, afirma
que “si tuviéramos que actualizar su pensamiento respecto a Bolivia,
dejaríamos de lado el triángulo Sucre-Cochabamba-Santa Cruz de la Sierra
y hablaríamos a futuro de un eje sur-norte, conformado por los
departamentos de Tarija y Santa Cruz de la Sierra. El primero con la
segunda reserva de gas en América del Sur, eje con capacidad para
proyectarse exteriormente. Tarija gracias al impulso de los
hidrocarburos es el departamento que más ha crecido. Durante el período
1988-2004 su PBI se incrementó en 191%”. Por sua vez, Pfrimer e Roseira
(Op.cit., p.12-15) consideram que “A influência dos discursos
geopolíticos brasileiro e argentino, principalmente no que concerne o
conceito de triangulo estratégico boliviano, sobre suas políticas
territoriais, acabou ao longo dessa disputa materializando em solo
boliviano um triângulo. Não aquele representado por Travassos, uma vez
que Sucre deixou de ser a capital política do país e tem perdido cada
vez mais sua importância econômica. Ademais, a expansão econômica de
Tarija, após a descoberta das importantes reservas de gás e petróleo, a
colocou como um dos quatro principais centros urbanos do país. Essa área
com o formato triangular é constituída por uma rede urbana de três
cidades principais: Santa Cruz, Cochabamba e Tarija. Envoltos e bem
articulados a esses centros urbanos principais há ainda centros
secundários como Potosi, Oruro, Sucre e Yacuiba... Esse novo arranjo
territorial detém aproximadamente 60% do Produto Interno Boliviano,
quase metade da população boliviana e 98 % e 99,2% das reservas provadas
de gás e petróleo na Bolívia, respectivamente”. Tomando em conta os
projetos de corredores bioceânicos que passam pelos países andinos,
acredita-se que a área do novo triângulo possa constituir-se no futuro
Hub Logístico Sul-Americano.
[17] Existem boas rodovias que conectam Santa Cruz com Cochabamba, La
Paz e os portos do Peru (Matarani e Ilo) e do Chile (Arica e
Antofagasta). Igualmente, há oferta para o leste até Corumbá e os portos
do Rio Paraguai (um canal liga Puerto Aguirre, Puerto Quijarro e Puerto
Suárez à Hidrovia Paraguai-Paraná, na fronteira com o Brasil). Nos
últimos anos, tem avançado o projeto de ativação do Puerto Busch,
localizado na fronteira boliviana com o Paraguai. Este é o chamado “Mar
guarani”, que permitirá um acesso direto da Bolívia ao oceano Atlântico
via rio Paraguai, sem a necessidade de navegar pelo canal de Tamengo. O
novo caminho permitirá intensificar os investimentos em atividades como
petróleo, gás, ferro das minas de Mutún e a produção agrícola. As redes
ferroviárias já integram Santa Cruz com o Atlântico (até Santos e Buenos
Aires) e quase até o Pacífico. Há planos de ligar a região com o
sistema amazônico, até Porto Velho, Manaus e Santarém.
[18] A IIRSA foi criada em 1990 sob a orientação do “Regionalismo
Aberto” da CEPAL e do “Novo Regionalismo” do BID. A iniciativa
funcionaria como a espinha dorsal da proposta estadunidense de anexação
continental, a chamada Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). A
proposta da IIRSA, que continuou existindo apesar do enterro da ALCA em
Mar del Plata, em 2005, se concentrou no fortalecimento de "corredores
de exportação", aprofundando ainda mais a condição de nossos países como
vendedores de mercadorias de baixo valor agregado para os centros
industriais. A mudança atual está na criação do Conselho de
Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan) dentro da União de Nações
Sul-Americanas (UNASUL). Desta forma, os governos assumiram a direção do
processo e a tendência é intensificar as obras orientadas para a
efetiva integração regional em energia, transportes e comunicações.
Entende-se como essencial que os Estados nacionais e as populações
fortaleçam o seu poder de intervenção nos projetos.
[19] Del Bosco (2006, p.5) aponta que “hoy Santa Cruz, además de
petróleo, madera, caña de azúcar y ganadería, ha desarrollado el cultivo
la soja y ha pasado a constituirse en un centro de importantes
inversiones de agricultores argentinos y brasileños. Su PBI representa
el 30% del total de Bolivia, la actividad agropecuaria el 43%, la del
comercio el 36,2% y la industria manufacturera el 35%. Por su parte sus
bancos acaparan el mayor movimiento financiero del país”.
Bibliografia
BALDIVIESO, Valentin Abecia. Las
relaciones internacionales en la historia de Bolivia. Tomo III.
Editorial Los Amigos del Libro, Cochabamba, 1986.
CHIAVENATO, José Julio. A guerra do Chaco (leia-se petróleo). São Paulo, Brasiliense, 1980.
COUTO E SILVA, Golbery do.
Conjuntura Política Nacional, O Poder Executivo e a Geopolítica do
Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1981.
COUTO E SILVA, Golbery do. Geopolítica do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1955.
DEL BOSCO, Guillermo. Travassos,
Santa Cruz de la Sierra y la Política Exterior Argentina. Centro
Argentino de Estudios Internacionales. Programa Política Exterior
Argentina, 2006. www.caei.com.ar
FILHO, Oscar Medeiros. Da confrontação à cooperação: as alterações geopolíticas na América do Sul, 2004.
FIORI, José Luís. Nicholas Spykman e a América Latina, Le Monde Diplomatique Brasil, 24/11/2007.
FRANCOVICH, Guillermo. El pensamiento boliviano en el siglo XX. Editorial Los Amigos del Libro, Cochabamba, 1985.
GUMUCIO, Mariano Baptista e WEISE,
Agustín Saavedra. Antología Geopolítica en Bolivia. Cochabamba: Ed. Los
Amigos del Libro, 1978.
LEWIS, Paul H. O Paraguai da Guerra
da Tríplice Aliança à Guerra do Chaco. In: História da América Latina:
de 1870 a 1930, volume V. Org. Leslie Bethell. São Paulo: Edusp, 2008.
LIBERONA, Javier Sánchez.
Mediterraneidad de Bolivia. Efectos geopolíticos de una eventual salida
al Pacífico. Revista de la Marina de Chile, 2002.
MEIRA MATOS, Carlos. Uma geopolítica pan-amazônica. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército. 1980.
MELLO, Leonel Itaussu de Almeida. Quem tem medo da Geopolítica? São Paulo: Edusp, 1999.
MELLO, Leonel Itaussu de Almeida.
Geopolítica do Brasil e a Bacia do Prata. Manaus: Editora da
Universidade Federal do Amazonas, 1997.
OLIVEIRA, Lucas K. & GARCÍA,
Tatiana de Souza L. O conceito de Heartland na geopolítica clássica:
Funcionalidade e limites para a análise da Região central da America do
Sul. V Encontro Nacional da ANPPAS, Florianópolis, outubro 2010.
OLIVEIRA, Márcio Gimene de. A
Ferrovia Bioceânica Paranaguá-Antofagasta e a controvérsia entre o
modelo primário-exportador e o modelo desenvolvimentista. Revista Oikos,
Volume 10, nº 2, 2011. pp. 243-266.
PADULA, Raphael. Infraestrutura,
Geopolítica e Desenvolvimento na Integração Sul-Americana – Uma visão
crítica à IIRSA. Laboratório de Estudos da América Latina (LEAL), 2011.
PADULA, Raphael. Uma concepção de
integração regional, papel da infraestrutura e ocupação dos espaços a
partir de Friedrich List, Raúl Prebisch, Gunnar Myrdal, Albert Hirschman
e Celso Furtado uma visão crítica ao regionalismo aberto e à IIRSA. In:
II Coloquio de la Sociedad Latinoamericana de Economía Política y
Pensamiento Crítico (Sepla), Buenos Aires, 2008.
PINOCHET, Augusto. Geopolítica de Chile. Buenos Aires: El Cid, 1978
PFRIMER, Matheus Hoffmann.
Heartland Sul-Americano? Dos discursos geopolíticos à territorialização
de um novo triângulo estratégico boliviano.
GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 29, pp. 131 - 144, 2011.
PFRIMER, Matheus Hoffmann &
ROSEIRA, Antônio Marcos. Transformações Territoriais na Bolívia: Um Novo
“Triangulo Estratégico”?. In: 12º Encuentro de Geógrafos de América
Latina. Montevideo, 2009.
REYES, Fernando Siliano. O papel
das vias de circulação na coesão territorial do Estado boliviano: da
Audiência de Charcas à Bolívia de 1971. Dissertação ao Programa de
Pós-Graduação em Geografia Humana da USP, 2010.
No Carta Maior
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”