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terça-feira, 14 de agosto de 2012

A imprensa é livre para grampear Miro Teixeira?

A imprensa é livre para grampear Miro Teixeira?
Alguém já viu, já leu uma denúncia contra Miro Teixeira? Acredito que não. E nunca houve porque Miro Teixeira é protegido do PiG.O PiG não acusa Miro Teixeira e Miro Teixeira defende ardentemente o PiG.Simples assim.
 
Deputado Miro Teixeira (PDT/RJ) se levantou contra a convocação de Policarpo Júnior, de Veja, alegando que, depois dele, outros jornalistas seriam coagidos. “Não querem pegar o ladrão, mas quem pega o ladrão”, disse. Num grampo oficial, Policarpo pede ao bicheiro Carlos Cachoeira que levante ligações de um deputado. Ou seja: à imprensa, tudo é permitido, inclusive grampear Miro Teixeira

Policarpo Júnior, editor de Veja em Brasília, teve um aliado na sessão da CPI do caso Cachoeira que, nesta terça-feira, vetou sua convocação. Foi o deputado Miro Teixeira, ex-ministro das Comunicações no primeiro governo Lula, e que mantém boas relações com as Organizações Globo.Policarpo será o primeiro, mas depois isso aqui vai se tornar um estado policial. Isso aqui vai se tornar uma Argentina. Não querem pegar o ladrão, mas quem busca o ladrão", disse Miro, defendendo a não convocação do editor-chefe de Veja. "Chamo a atenção de cada jornalista deste país, dos meios de comunicação. É assim que começa um movimento, não é uma questão pessoal. Esse seria o primeiro, e outros virão atrás. A intimidação, a coação poderá ir ao plano estadual, ao plano municipal". Para Miro, a imprensa é a única entidade privada que investiga o poder. "O resto é tudo chapa branca".

Neste fim de semana, reportagem de capa da revista Carta Capital trouxe uma ligação telefônica em que Policarpo pede ao bicheiro Carlos Cachoeira que levante “algumas ligações” do deputado Jovair Arantes (PTB/GO), que concorre à prefeitura de Goiânia. E o bicheiro repassa a tarefa ao araponga Idalberto Matias, o Dadá, especializado em grampos ilegais e, portanto, clandestinos.

Pela lógica de Miro, Jovair deve se encaixar na figura do “ladrão”. Dadá e Cachoeira seriam integrantes da “entidade privada que investiga o poder”. Como Miro já foi ministro das Comunicações, onde se envolveu em algumas questões bilionárias, como a definição do padrão de televisão digital no Brasil e as disputas societárias do setor, não haveria nada de anormal se alguém decidisse, por exemplo, contratar espiões particulares para levantar suas informações financeiras e suas ligações telefônicas.

Passar essa história a limpo, na verdade, não significa implantar um Estado Policial no Brasil. E Policarpo Júnior, como jornalista de ponta da principal revista brasileira, deveria ser o primeiro interessado em comparecer à CPI para falar diante dos parlamentares.

Na Inglaterra, país livre, Rupert Murdoch falou diante de uma CPI. No Brasil, os parlamentares se acovardam diante de uma falsa liberdade de imprensa, que tem sido usada como instrumento de chantagem e extorsão.

Da redação, com informações de Brasil-247

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