O blog de Fernando Rodrigues
lançou a hipótese de queda da popularidade de Dilma Rousseff nas
capitais brasileiras. O internauta que visita este blog sabe que
sustento que o substrato da popularidade (e legitimidade) do governo
Dilma é o consumo. Neste caso, Rodrigues indica que, embora os índices
de popularidade geral do governo estejam muito altos, as capitais já
manifestariam contrariedade, fruto da inflação em alta e queda de
produtividade.
Há, entretanto, algumas ponderações a serem feitas:
a)
A tabela que ilustra esta nota (produzida por Rodrigues), indica
estabilidade do índice de ótimo em São Paulo e Rio de Janeiro. Em Recife
e Curitiba, a queda de ótimo estaria dentro da margem de erro. A
mudança mais considerável está no índice do item "bom". Mas, neste caso,
é Curitiba que inspira maior atenção;
b)
A taxa de desemprego no Brasil, contudo, caiu para 5,8% (IBGE, maio). O
rendimento médio caiu apenas 0,1% em relação ao mês anterior, mas
subiu 4,9% em relação a maio de 2011;
c)
Curitiba é a capital brasileira com menor taxa de desemprego: 4,5%,
com rendimento médio de 1.800 reais, crescimento de 0,9% em relação ao
mesmo mês em 2011;
d) Em relação à
inflação, o IPC-S regrediu no Rio de Janeiro e Belo Horizonte (entre a
primeira e a segunda prévia de agosto), embora na primeira semana
todas capitais registraram aumento do índice (entre 0,3% e 0,4%);
e) Contudo, o custo da cesta básica subiu consideravelmente em julho (segundo o DIEES): 8,4% em Belo Horizonte, por exemplo. Mas Curitiba não figura entre as maiores altas.
e) Contudo, o custo da cesta básica subiu consideravelmente em julho (segundo o DIEES): 8,4% em Belo Horizonte, por exemplo. Mas Curitiba não figura entre as maiores altas.
Enfim,
se minha tese está correta, não há, ainda, condições para afirmarmos
que a popularidade de Dilma Rousseff esteja sob risco. É possível,
contudo, que tenhamos ondas de insatisfação em relação ao período de
bonança anterior. Mas arriscaria afirmar que se trata de questões
conjunturais, como greves do funcionalismo público e disputas
eleitorais (que, invariavelmente, estimulam candidatos oposicionistas a
elevarem o tom contra o governo federal) que atropelam o namoro da
população com gestão Dilma. Arriscaria, ainda, a sugerir que neste ano o
governo Dilma é comparado com seu primeiro ano, quando a população
descobriu que a Presidente era mais rigorosa e dura que seu antecessor.
A hipótese de Rodrigues é boa, mas merece alguma cautela neste momento.
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