“Só isso explica a declaração de José
Serra, ao afirmar que Dilma não deveria “meter o bico” em São Paulo, uma cidade
que, segundo diz o tucano, ela “mal conhece”, embora mantenha boas relações
tanto com o governador Geraldo Alckmin como com o prefeito Gilberto Kassab.
Candidato do PSDB está em pânico com a possibilidade de não ir ao segundo turno
Brasil 247
Quando decidiu se lançar candidato à
prefeitura de São Paulo, após vários meses de hesitação, José Serra sabia que
estava abdicando do seu grande sonho, que era chegar, um dia, à presidência da
República. Dizia aos amigos mais próximos que, se eleito, teria um enterro com
honras. Se perdesse, sairia da cena política humilhado.
No seu íntimo, Serra estava preparado
apenas para a primeira hipótese. Contava com uma vitória líquida e certa,
talvez até em primeiro turno, marcando, em São Paulo, um contraponto ao poder do PT no plano
federal. Por isso mesmo, lançou sua campanha falando que São Paulo seria uma
espécie de trincheira democrática contra o avanço petista.
Serra demorou a se lançar, apostando na
hipótese de que um candidato novo no universo petista, como é o caso de
Fernando Haddad, teria pouco tempo para se firmar. E traçava um cenário de
polarização PT-PSDB no segundo turno, como ocorreu nas últimas eleições em São Paulo – e nas quais
foi vitorioso.
De repente, tudo começou a dar errado para
o tucano. A começar, pela surpreendente ascensão de Celso Russomano, com votos
aparentemente cristalizados. Em seguida, o apoio de Lula, Marta Suplicy e Dilma
Rousseff a Hadadd começaram a surtir efeito. E Serra, mais uma vez, mergulhou
de cabeça numa campanha negativa.”
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