Mas, inegavelmente, Joaquim Barbosa não está apto a assumir a
presidência do STF. De forma alguma. É uma pessoa emocionalmente
desequilibrada, incapaz de entender regras mínimas de convivência com
seus pares. Sua truculência é tamanha que, nas sessões do Supremo, um
presidente vacilante, como Ayres Brito, mal consegue contê-la. Foi
necessário que Marco Aurélio de Mello se manifestasse duramente para
Joaquim Barbosa sair do surto que o acometeu.
Como presidente, o que ocorreria? Uma desmoralização completa da corte.
Barbosa é o tipo de pessoa que faz questão de exercer seus poderes
ultrapassando seus próprios limites. Não lhe basta a plenitude de
poderes de que goza um Ministro da Suprema Corte. Ele quer mais e mais,
calar dissidentes, proibir o contraditório, indignar-se com quem tem a
petulância de pretender divergir.
Ontem, comportou-se como um valentão de bar disputando a menina (a
opinião pública). A ponto de invocar suposta inveja do revisor Ricardo
Lewandowski, acusando-o de copiar até seu tempo de exposição. Como se a
exposição do revisor pretendesse atrapalhar seu grande momento. Como se o
momento solene de um julgamento fosse um palco iluminado com apenas um
ator.
O Supremo não pode correr esse risco de desmoralização alçando-o à presidência.
A exploração da imagem de Joaquim Barbosa é veneno na veia do Supremo.
Ele é enaltecido por jornalistas e populares que sempre trataram a
questão da Justiça como vingança, acerto de contas, linchamento, efeito
manada.
Seus seguidores e os exploradores da sua imagem são os mesmos que
aplaudiram o linchamento da Escola de Base, do Bar Bodega, os mesmos que
exploraram a religiosidade mais obtusa, o preconceito mais escancarado,
o ódio mais acendrado, o esgoto mais fétido que já jorrou da mídia.
Se o Supremo quiser atropelar garantias, é prerrogativa dele. Que pelo
menos seja através da imagem de um Celso de Melo, Marco Aurélio, até
Rosa Weber, não desse protótipo de lutador da UFC togado.
Luis Nassif
Marco Aurélio questiona se Barbosa tem condição de ser presidente do STF
Um dia após a sessão mais tensa do mensalão no STF (Supremo Tribunal
Federal), o ministro Marco Aurélio Mello aumentou a polêmica e
questionou nesta quinta-feira (27) as condições do colega Joaquim
Barbosa presidir a Corte futuramente.
Marco Aurélio disse que a condução de Barbosa à presidência, prevista
para novembro com a aposentadoria do Carlos Ayres Britto, não é
automática. Ele questiona a postura de Barbosa.
"Eu fico muito preocupado diante do que percebo no plenário. Eu sempre
repito, o presidente é um coordenador, é um algodão entre cristais, não
pode ser metal entre os cristais", disse Marco Aurélio.
Ele disse, no entanto, que não vê que a eleição esteja em risco.
"Vamos aguardar novembro, é muito cedo. E afinal o voto até pela escolha
do presidente e do vice do Supremo é um voto secreto. Há cédulas que
são distribuídas e realmente nós temos a designação de um escrutinador e
a proclamação de um resultado. Não é por aclamação", disse.
No Falha
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