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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Lobista é o elo perdido entre Alstom e PSDB-SP

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Antigo personagem das sombras da política paulista, José Amaro Pinto Ramos está sendo investigado pela Polícia Federal e ministérios públicos federal e estadual; por meio do ex-ministro Sergio Motta, ele se aproximou do governo de Fernando Henrique em 1994; nesta órbita, apresentou marqueteiros e executivos dos setores de transportes e energia aos tucanos; remunerado pela Alstom, como ele próprio admitiu em entrevista, lobista brasileiro que vive nos EUA aparece na origem do escândalo que pode ter envolvido até R$ 1 bilhão em propinas para executivos estaduais paulistas nas gestões do PSDB em São Paulo nos últimos 18 anos
 
Um velho personagem das sombras da política paulista está de volta à cena aberta. Sob suspeita de ser o primeiro elo de ligação entre os chefes tucanos e a multinacional francesa Alstom, o lobista global brasileiro José Amaro Pinto Ramos está sendo investigado pela Polícia Federal e promotores dos ministérios públicos estadual e federal.
 
Desconfia-se que Pinto Ramos, homem de fino trato, amante das artes e dos bons modos, com residência permanente nos EUA, possa ter atuado na criação da parceria entre a Alstom e caciques do partido, o que valeu à companhia gordos contratos no sistema de transportes operado pelos governos estaduais tucanos em São Paulo desde 1994.
 
Aos executivos das administrações tucanas no Palácio dos Bandeirantes, a parceria com a Alstom teria valido até R$ 1 bilhão em propinas. A também multinacional Siemens teria colaborado com somas vultuosas para o esquema. A partir de denúncias formais feitas por integrantes da cúpula da Siemens, o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) está concluíndo uma longa investigação sobre corrupção em torno do sistema de metrô e trens da região metropolitana de São Paulo.
 
20 ANOS DE PODER - O ponto de contato inicial entre Pinto Ramos e os tucanos teria sido o ex-ministro das Comunicações Sergio Motta. Verdadeiro ídolo entre os tucanos, Motta gostava de dizer que pilotava um esquema político capaz de levar o PSDB a permanecer 20 anos no poder no Brasil. A Alstom esteve entre as empresas que colaboraram para a reeleição de FHC, em 1998 (aqui).
 
No Estados Unidos, após a vitória de Fernando Henrique nas eleições presidenciais de 1994, Pinto Ramos apresentou Motta a um dos principais marqueteiros do então presidente americano Bill Clinton, James Carville. Em seguida, numa festa que ele próprio deu em homenagem a FHC, Pinto Ramos teria aproximado Motta do então diretor da Siemens Jack Cizain. A partir daí, as investigações apuram como passaram a se desenvolver as relações entre a Alstom e os governos paulistas.
 
Com trânsito livre entre todos os escalões dos tucano, Motta tanto era ligado a Fernando Henrique como era próximo dos ex-governadores Mario Covas e José Serra. Especializado em viabilizar grandes projetos industriais nas áreas de energia e transportes, Pinto Ramos teria atuado para tornar mais fácil o caminho da Alstom dentro da máquina adminitrativa paulista. O que se sabe é que os principais contratos para a construção de vias férreas e metrô na Grande São Paulo foram conquistados pela Alstom.
 
As informações sobre as investigações da PF e do Ministério Público sobre Pinto Ramos foram reveladas pelas jornalista Vaconcelo Quadros, do portal G1.

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