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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lula diz que precisamos aprender a valorizar a democracia

Em vídeo, ex-presidente rememora comício na Sé, afirma que campanha foi a maior mobilização cívica da história do Brasil e lamenta que pressão não tenha sensibilizado “direita conservadora”
No: Rede Brasil Atual 
lula_diretas_democraciaO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou hoje (25) vídeo recordando os 30 anos do comício na praça da Sé, em São Paulo, pelas eleições diretas para a Presidência da República. Para ele, a mobilização fortalecida naquela data representa “o maior movimento cívico de toda a história dos 500 anos de Brasil”.
Embora tenha tido início em novembro de 1983, a série de comícios das Diretas Já teve naquele 25 de janeiro uma data emblemática, quando de 200 mil a 300 mil pessoas se reuniram no marco zero da capital paulista para cobrar a retomada da democracia, interrompida 20 anos antes pelo golpe contra o presidente constitucional João Goulart. 
“O dado concreto é que fizemos talvez a campanha mais extraordinária que esse país já conheceu. Porque conseguiu unificar todo mundo. Conseguiu unificar o movimento sindical, o movimento estudantil, os empresários, todos os partidos, com exceção dos partidos de direita, e, na medida em que a campanha foi criando força, foi criando um incômodo nas pessoas que preferiam fazer um acordo com os militares para fazer uma transição pacífica do que fazer as eleições diretas para presidente”, avalia Lula. 
Ao longo dos três meses seguintes, ele, pelo recém-fundado PT, Leonel Brizola, pelo PDT, e Ulysses Guimarães, pelo PMDB, rodaram o país em comícios multitudinários que fizeram com que a ditadura não pudesse mais ignorar a mobilização. “A pressão das massas não foi capaz de sensibilizar a direita conservadora que queria se manter no poder”, recorda Lula. Em paralelo ao movimento cívico, setores mais moderados da oposição ao regime tentavam negociar uma transição pela via indireta, o que acabou prevalecendo quando, em 25 de abril, o Congresso rejeitou a emenda apresentada pelo deputado mato-grossense Dante de Oliveira para retomar a escolha direta do presidente. “No ano seguinte a gente conseguiu fazer com que o colégio eleitoral elegesse o primeiro civil presidente da República desde 1964.”
 
Eleito em janeiro de 1985, o peemedebista mineiro Tancredo Neves não chegou a tomar posse. Internado em 15 de março, véspera da assunção, morreu em 21 de abril, deixando o lugar vago para o vice, José Sarney, que ocupou o Palácio do Planalto até 1989, quando foi eleito, aí sim pela via direta, Fernando Collor de Mello. 
Ao comentar o processo de mobilização, Lula fez um pedido para que os jovens pesquisem sobre a história recente brasileira e tentem entender o movimento pelas diretas: “Precisamos aprender a valorizar a democracia. A democracia, em qualquer lugar do mundo, foi conquistada às custas de muita luta, de muito sacrifício, de muita morte. A democracia não foi de graça em nenhum lugar do mundo.”

 

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