Altamiro Borges em seu blog
O jornal Folha de S.Paulo
– o mesmo que apoiou o golpe militar de 1964 para derrotar a “república
sindicalista” de João Goulart e que cedeu suas peruas aos órgãos de
repressão da ditadura – nunca gostou do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra. O jornal já publicou vários editoriais e “reporcagens”
contra o MST e acionou seus “calunistas” para atacá-lo – inclusive
usando recursos públicos durante o reinado de FHC.
Na sexta-feira, dia 14, a Folha obrou mais uma calúnia contra
os sem-terra. Afirmou que seus líderes incitaram a violência durante uma
marcha em Brasília. As cenas exibidas na tevê, porém, mostram o
inverso. A polícia provocou os manifestantes e ainda foi salva por um
cordão de isolamento.
O objetivo do editorial da Folha é evidente. Visa satanizar o
MST e inviabilizar a reforma agrária. Para o jornal, o movimento é uma
“criança de 30 anos” que, “cada vez menos relevante, encontra nos
tumultos um meio de chamar a atenção de uma sociedade voltada para
outras causas”.
Na visão da decrépita famiglia Frias, o MST possui ideias “arcaicas”,
“caráter arbitrário e pendor para o confronto”. Para o jornal,
porta-voz do velho latifúndio e do “moderno” agronegócio, não há mais
espaço para a reforma agrária no país. “O setor é um dos que mais se
moderniza no Brasil, ostentando seguidos saltos de produtividade… O MST,
a despeito disso, insiste numa reforma agrária utópica”.
“Talvez por causa desse sinal de irrelevância o MST considerou
importante chamar a atenção por outros meios. Anteontem, em Brasília,
alguns de seus integrantes ameaçaram invadir o STF e provocaram tumulto
na praça dos Três Poderes. O grupo ganhou o noticiário, como decerto
desejava, mas não por suas ideias ou sua pujança. A organização já não
mobiliza como na década de 1990, e sua direção é cada vez mais refém do
próprio movimento, vendo neste um fim em si mesmo, e não apenas um meio.
Está na hora de o MST crescer, mas de nada ajuda que, um dia depois da
confusão, a presidente Dilma Rousseff tenha se reunido com líderes da
entidade”, conclui o rancoroso editorial.
O jornal da famiglia Frias sabe que mente sobre o “tumulto”. Até o
insuspeito Jornal Nacional da TV Globo mostrou que a polícia provocou e
agiu de forma desequilibrada e que os líderes do MST evitaram
consequências mais graves no incidente. O ódio estampado no editorial,
porém, tem outro propósito. A revolta é exatamente contra a demonstração
de força do movimento, que levou mais de 15 mil camponeses a Brasília,
reuniu lideranças políticas de vários partidos em seu sexto congresso
nacional, promoveu uma bela exposição dos produtos da reforma agrária e
definiu os próximos desafios do MST. Para coroar de êxito a iniciativa,
seus líderes ainda foram recebidos em audiência pela presidenta Dilma
Rousseff.
O episódio irrita a Folha, que não tem nada de “criança” – é uma velhaca reacionária, cada vez mais “irrelevante”!
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