Transformado
pela mídia monopolista e conservadora no "maior julgamento" da história
brasileira, a Ação Penal 470 vai aos poucos se desnudando. Transmitido à
exaustão pela televisão e ocupando páginas dos jornais e revistas, tudo
arquitetado para emparedar o Partido dos Trabalhadores e a gestão dos
governos democráticos e populares.
Transformado pela
mídia monopolista e conservadora no "maior julgamento" da história
brasileira, a Ação Penal 470 vai aos poucos se desnudando. Transmitido à
exaustão pela televisão e ocupando páginas dos jornais e revistas, tudo
arquitetado para emparedar o Partido dos Trabalhadores e a gestão dos
governos democráticos e populares.
A sanha persecutória
da mídia encontrou eco na maioria da então composição do Supremo
Tribunal Federal que inovando em sua forma de agir conduziu o malfadado
julgamento para condenações sem embasamento e provas materiais, tudo com
base em indícios e versões fantasiosas.
Grande parte dos
juristas do país está convencida de que o processo transcorreu sob o
incabível princípio da inversão do ônus da prova, Houve um total
desrespeito ao princípio do devido processo legal, pois caberia a quem
acusou, no caso, o Ministério Público a prova da alegação e não aos
acusados fazerem a "prova "negativa". Esta distorção afrontou os mais
comezinhos princípios jurídicos.
Julgou-se ali um projeto político. E o resultado foram essas condenações.
Diante da torpe
injustiça e da aplicação da absurda e desproporcional pena de multa
coube a valorosa militância do PT e das pessoas que se sensibilizaram
com a situação a missão de, por solidariedade, contribuírem para que os
companheiros José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e João Paulo
Cunha pudessem pagá-las.
A publicização da
campanha de solidariedade e seu sucesso estimularam os setores
conservadores a atacarem a chamada "vaquinha". Que a mídia,
conservadora, por essência, assim procedesse, não nos causaria espanto.
Causa-nos
perplexidade e assombro ver um ministro do STF, Gilmar Mendes, atacar de
forma grosseira e até caluniosa a forma de contribuição voluntária. O
ministro, acostumado com o velho patrimonialismo brasileiro, no qual a
prática da solidariedade passa longe, com seu gesto, serviu de agente
estimulador para que mais pessoas viessem a contribuir.
A solidariedade
entre companheiros sempre foi uma das boas práticas das esquerdas. Quem
não é solidário não é de esquerda na essência. Por isso o sucesso da
chamada "vaquinha solidária".
O mais incrível é:
quanto mais se tenta desgastar o PT mais ele se consolida, haja vista as
pesquisas recentes, nas quais, quando se pergunta aos entrevistados
sobre o partido preferido, a maioria da população escolhe o PT.
Ilustra-se esse fato a distância da posição do PT para o segundo
colocado é bem grande.
Na verdade o que
está subjacente às críticas a esta forma de contribuição é o medo de
parte dos conservadores com o fim da contribuição por empresas nas
campanhas eleitorais. O fim do financiamento privado das campanhas é
fundamental para a sociedade brasileira. A solução, a meu ver, é a
combinação entre financiamento público e por indivíduos com um limite
máximo de doação.
Vítimas históricas
de toda a sorte de perseguições e calúnias a esquerda brasileira não se
curva a "cara feia". Não foi assim no período sombrio do golpe
Civil-militar de 1964 e não será agora que nos curvaremos.
No mais, o lero-lero sobre a contribuição solidária para o pagamento da multa dos companheiros, é mera cortina de fumaça.
Alberto Cantalice
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