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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

PSDB quer tratar mensalão tucano como caso 'atípico'

Constrangida pela decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de pedir a condenação do deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB-MG) a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro na ação penal do mensalão mineiro - que tramita no Supremo Tribunal Federal -, a cúpula do PSDB aproveitará hoje a reunião de sua executiva, em Brasília, para definir uma linha de defesa e como tratar o ex-governador.

Os principais dirigentes da sigla descartam, por enquanto, organizar qualquer tipo de manifestação pública de desagravo ao político mineiro. Apesar das declarações pontuais de apoio dos últimos dias, os tucanos vão manter distância do julgamento de Azeredo e deixá-lo sozinho em sua defesa judicial.

A expectativa no PSDB é de que o caso seja concluído entre junho e julho, justamente no momento das convenções partidárias que oficializarão as candidaturas. Se for condenado, o senador Azeredo será isolado pela legenda. Se absolvido, disputará uma vaga de deputado federal por Minas, diz o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e um dos mais próximos interlocutores de Aécio.

Depois da reunião  no PSDB, os quadros regionais do partido serão orientados a bater na tecla de que não há como compararos dois "mensalões". O argumento central, segundo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), vice-presidente da sigla, será que o episódio de Minas trata da legalidade no patrocínio de eventos que são tradicionais: "Não há como comparar isso com a compra mensal de apoio político".

O presidente do partido e candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves (MG), repetiu ontem em visita ao Rio o mesmo discurso que fez no fim de semana durante sua passagem pelo interior de São Paulo. "O senador é conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bem. Ele vai ser julgado e nós, do PSDB, vamos respeitar a decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas obviamente vamos esperar que ele possa se defender."

Vice-presidente do PSDB, o senador Álvaro Dias (PR) segue na mesma linha. "Acredito que, se houver condenação, haverá exploração política, na tentativa de atrapalhar a campanha do PSDB. Mas nós não temos medo, porque não atinge o senador Aécio Neves, que é candidato à Presidência." Assim como Cunha Lima, ele afirma que considera o caso de Azeredo diferente do mensalão do PT.  

Na ação contra Azeredo, que recebeu o nome de AP 536 (a do PT foi AP 470), é apurada a denúncia de desvio de dinheiro público durante a campanha de reeleição de Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.

Ele é acusado por peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com a PGR, o então candidato teria se beneficiado de recursos oriundos de um esquema que envolveu a empresa de publicidade SMPB, de propriedade de Marcos Valério.

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